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Enviada em: 06/11/2017

O filme "Hoje eu quero voltar sozinho" retrata o dia a dia e as dificuldades e preocupações de um adolescente cego brasileiro, que são reais e acometem não só a deficientes visuais, mas também aos auditivos. Isso ocorre porque, como reflexo de uma sociedade excludente, o sistema educacional brasileiro não é inclusivo, contribuindo para que a formação e inclusão plena de surdos continue a ser um obstáculo nos dias de hoje.  Em primeiro lugar, as escolas, por serem uniformizadoras e excludentes, seguindo um modelo do século XIX, como diz o educador José Pacheco, levam pais de deficientes, por medo de que estes sofram exclusão e preconceito, a procurarem, ainda hoje, escolas especializadas ou tutores particulares para formar seus filhos. Porém, esse tipo de ambiente, segregado da sociedade, põe o surdo em uma zona de conforto, gerando problemas para a inserção no mercado de trabalho e no convívio com outros. Além disso, por não haver instituições públicas suficientes para a demanda, esse tipo de educação é restrito a quem pode pagar.  Por outro lado, escolas comuns ainda não estão preparadas para lidar com alunos surdos. Isso se dá pelo fato de que, apesar de Libras ser a segunda língua oficial brasileira, o ensino desse idioma não é geral, perpetuando nas escolas uma convivência rasa de alunos surdos com os outros. Além disso, mesmo que hoje o ensino de Libras esteja presente nos cursos de licenciatura, não existe um ensino de uma metodologia de ensino para alunos surdos, nem materiais que facilitam o ensino inclusivo nas escolas, tornando o aprendizado de surdos uma dificuldade ainda maior.   É necessário, portanto, que o Ministério da Educação implemente, através de leis, o ensino obrigatório de Libras nas escolas, além da obrigatoriedade de revertimento de verbas para a compra de materiais específicos para as salas de aula. Ademais, cabe ao governo que proporcione, nos cursos de licenciatura o ensino de uma metodologia de ensino ao deficiente auditivo. Dessa forma, será possível concretizar uma formação mais igualitária e uma convivência mais inclusiva no ambiente escolar, proporcionando aos surdos a educação que merecem.