Enviada em: 06/11/2017

O acesso à educação é garantido a todos os brasileiros, tanto pelo viés constitucional quanto por tratados internacionais de direitos humanos dos quais o país é signatário. Entretanto, muitas pessoas com deficiência, inclusive os surdos, têm o acesso a tal direito prejudicado. Por isso, é preciso ampliar a inclusão desses indivíduos na educação formal, através de um ambiente adequado às suas necessidades e da capacitação dos profissionais de educação em todos os âmbitos.       A surdez, assim como qualquer deficiência, não impede o desenvolvimento da capacidade intelectual e humana. O grande cientista Stephen Hawking é exemplo de que, com os devidos recursos, a limitação física pode ser superada. Todavia, essa não é a realidade da maioria dos surdos no Brasil. Pesquisas nacionais mostram que, mesmo após as leis de inclusão, a presença desses alunos nas escolas tem diminuído.       E muitos obstáculos ainda contribuem para este cenário. Além do despreparo das equipes pedagógicas e da falta de recursos, fatores emocionais podem ser preponderantes. A exclusão social e o bullying afastam estas crianças e adolescentes da sala de aula. Estudo conduzido pela UNICEF revela que quase metade dos alunos relata já ter sido vítima desses práticas. E pessoas com deficiência estão entre as principais vítimas. Tais dados alarmantes evidenciam que tanto a escola quanto a sociedade falham em incluir esses indivíduos.       Promover a inclusão efetiva de pessoas surdas em ambiente educacional deve passar, pois pelo preparo da comunidade escolar. O MEC, em parceria com ONGs especializadas, deve criar um plano nacional de capacitação de docentes e demais profissionais da educação, com o aprendizado de LIBRAS e de estratégias de adaptação de materiais e experiências formativas. Além disso, tal treinamento deverá garantir que o corpo escolar identifique e medie casos de bullying e segregação contra esses estudantes. Dessa forma, espera-se ampliar não apenas o ingresso, mas a permanência dos surdos nas escolas.