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Enviada em: 06/11/2017

Segundo o princípio da isonomia, previsto na Constituição, todo cidadão é igual perante a lei. Contudo, o que se observa no Brasil é uma educação pouco inclusiva aos surdos. Nesse sentido, verifica-se que os principais obstáculos estão na formação profissional dos professores, ausência de uma legislação específica e falta de empatia da população.       Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, segundo o Censo Brasileiro de 2010, 61% pessoas com deficiência não concluem o Ensino Fundamental, sendo que uma grande parcela é composta por deficientes auditivos. Nota-se que o primeiro desafio está na falta de educadores que saibam ensinar os conteúdos em libras, pois não é uma matéria obrigatória para todos os cursos superiores. Acresce que a maioria dos sistemas de ensino não possuem material didático em braille. Em função disso, estudantes surdos não são devidamente incluídos às escolas no Brasil e precisam, muitas vezes, recorrer a instituições de ensino privadas por algo que é obrigação do Estado.       Em segundo lugar, é relevante citar que nem todas as universidades e faculdades do país oferecem opção de vestibular especial para surdos. Verifica-se a necessidade de oferecer aos alunos especiais auxílio por meio de um tradutor-intérprete, provas em braile e tempo adicional para a realização da prova, o que nem sempre é uma possibilidade. Ademais, se a população seguisse o princípio kantiniano do imperativo categórico, haveria mais sensibilidade com relação as diferenças e necessidades dos deficientes auditivos.       Infere-se, portanto, que o Brasil não está cumprindo com um direito constitucional e deve buscar medidas para garantir a isonomia. Nessa perspectiva, é essencial que o Ministério da educação torne obrigatório o ensino de libras em todos os cursos de graduação, de forma a garantir profissionais mais preparados para lidar com as diferenças e garantir o acesso à educação para todos. Além disso, é importante que o Governo Federal, por meio de um projeto de lei, obrigue todas as instituições de ensino superior públicas ou privadas a oferecer auxílio especial para surdos nos vestibulares e concursos. Por fim, cabe a mídia o papel de conscientizar a população, por meio de campanhas publicitárias, a valorizar e respeitar as diferenças. Destarte, é possível diminuir os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil.