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Enviada em: 26/11/2017

A fluir     O pensamento do filósofo Parmênides diz que tudo está imóvel e incapaz de realizar mudanças. Assim se encontram os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. Apesar da pauta da inclusão social estar em evidência no país, o acesso universal a educação ainda é limitado. Diante disso, o Estado falha em garantir o direito de ensino de qualidade aos portadores de necessidade, enquanto a sociedade os trata com preconceitos.      A priori, embora a Constituição brasileira garanta os direitos universais para educação, a inclusão social no Brasil é letárgica. Não obstante, as leis não se traduzem no cotidiano e, consequentemente, a parcela de alunos deficientes auditivos fora da escola ainda é elevada de acordo com o IBGE. Por conseguinte, o percentual de surdos no mercado de trabalho é aquém do necessário, mesmo com leis que garantam uma porcentagem das vagas com carteira assinada.        Nesse mesmo viés, as políticas públicas de formação de surdos não atendem a demanda nacional. Outrossim, mesmo com a instituição de Libras como a segunda língua brasileira, são poucos os professores habilitados para esse público. Além disso, de acordo com o INEP, a quantidade de alunos surdos matriculados vem decaindo desde 2013. Somado a isso, parte dos estamentos sociais atrelam os portadores de necessidades especiais às páginas do Facebook como “surdez da depressão”.        Desse modo, os desafios para a formação educacional de surdos estão no cerne de uma sociedade que não defendem as minorias. Por isso, as mídias televisivas podem, com o aporte do erário, por meio de telenovelas elucidar para a população os obstáculos educacionais dos portadores de necessidades. Dessa forma, o Estado deve realizar a reforma educacional de base instituindo o ensino de Libras por toda a cadeia de ensino, junto com a capacitação de docentes em parcerias com faculdades de pedagogia para possibilitar uma educação de qualidade aos surdos. Ademais, a sociedade precisa entender que ela faz parte dos desafios educacionais e dela deve vir à iniciativa de mudança. Por fim, o filósofo Heráclito diz que tudo está em uma constante devir e é deste pensamento que o Brasil necessita para que a formação dos surdos passe a fluir.