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Enviada em: 06/11/2017

Educação democrática   Deficientes, desde a idade média, sofriam com a exclusão social. A visão conservadora e discriminatória da Igreja Católica, que na época praticava a Inquisição, considerava as pessoas com deficiência como castigo de Deus. Essa concepção preconceituosa se difundiu pela Europa, e chegou ao Brasil pelo processo de colonização portuguesa. Consequentemente, a formação do Estado brasileiro excluiu a minoria deficiente, na qual se incluem os surdos, sendo que, somente nas últimas décadas, a questão da inclusão dessa parcela da sociedade entrou efetivamente na pauta política.   A exclusão social dos deficientes tem raízes sócio-históricas, que pode ser explicada pelo pensamento do filósofo Jürgen Habermas, integrante da Escola de Frankfurt. Segundo ele, as Instituições Sociais, responsáveis pelo estabelecimento de leis e condutas na sociedade, são controladas por uma maioria política que é vitoriosa por razões históricossociais. Contextualizando tal raciocínio à nação brasileira, infere-se que os deficientes auditivos constituíram, por séculos, uma minoria política oprimida e sem oportunidade de lutar por seus direitos, pois a sociedade era comandada por conservadores que carregavam consigo a herança cultural europeia de desprezo aos surdos.   Destarte, com o intuito de mudar essa realidade, a presidente Dilma Roussef sancionou a Lei Nacional de Inclusão de Deficientes em 2015. Assim, os surdos passaram a vivenciar mudanças, como, por exemplo, a adoção obrigatória da linguagem brasileira de sinais (libras) em todos os cursos de graduação universitária. Outrossim, escolas particulares do Brasil têm capacitado professores e profissionais auxiliares com o intuito de promover uma maior inclusão e melhor aprendizado aos deficientes, além de adquirirem esquipamentos que garantem uma maior participação e autonomia aos deficientes auditivos.   Apesar dos avanços, a inclusão social é algo recente no país. Há, ainda, muitos desafios para que a formação educacional dos deficientes auditivos seja assegurada de forma satisfatória pelo poder público. Nesse ínterim, o governo deve criar uma parceria com as prefeituras e com ONGs que promovam a inclusão social de deficientes auditivos, e lançar uma campanha nacional de educação de surdos, e, inspirando-se no exemplo de escolas particulares, oferecer cursos de capacitação aos profissionais da área educacional, fornecer tecnologia assistiva aos estudantes, e levar a questão do respeito e da tolerância às diversidades para dentro da sala de aula, na forma de debates e palestras, de modo a formar cidadãos conscientes. Esse é um passo importante para tornar a educação de surdos realmente acessível e democrática, sem distinção de qualquer espécie, como ela deve ser.