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Enviada em: 06/11/2017

Existe uma controvérsia nas campanhas governamentais de estímulo à contratação de pessoas com deficiência auditiva que precisa ser solucionada. O Estado faz o dever de casa quanto ao fornecimento das condições básicas de formação educacional dos surdos no país e cobra da iniciativa privada a inclusão dessa população no mercado de trabalho.        O psicólogo canadense dizia que a maior parte do comportamento humano é aprendida por imitação. Desse modo, num país onde o Estado que tem o dever de assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência e não o faz, o empresariado que vê essa ausência institucionalizada, não faz também a sua parte.       Cabe ao Estado, portanto, a tarefa de fazer valer o direito à educação aos surdos e sua consequente formação profissional. Para cumprir tal obrigação, a sociedade precisa colaborar cobrando ações como formação de mais profissionais habilitados em Libras nas Universidades públicas, criação de mais vagas específicas nas instituições de formação superior e técnica e participação do 3º Setor no compartilhamento de experiências de projetos voltados aos surdos e mudos no país. Diversas ONG´s já realizam importante trabalho de apoio à acessibilidade dos surdos a programas de TV, internet e outros meios de comunicação através de intérpretes de Libras que fazem a tradução dos conteúdos desses meios para a língua dos surdos. Engajá-los nessa complexa tarefa de inclusão é também uma forma de valorizá-los.         Sendo assim, com o sistema educacional organizado de forma a poder atender os surdos e mudos na formação profissional desde os primeiros anos de escola, as empresas terão à disposição novos profissionais dotados de capacidade plena a exercer os cargos ofertados no mercado de trabalho. A contratação, portanto, não será apenas pelo critério de serem deficientes, estimulados por incentivos fiscais mas, pela capacidade técnica dos proponentes.        Portanto, o grande desafio para a formação educacional de surdos no Brasil, passa pela ação conjunta da sociedade e dos governos estaduais, municipais e federal. Dando o bom exemplo, o Estado faz sua parte do dever de casa. Capacitando profissionais de ensino, criando novas vagas, as ONG´s ofertam sua experiência em projetos de apoio aos deficientes auditivos. A sociedade, por sua vez imita o bom exemplo e cumpre o seu papel nessa tarefa de inclusão do indivíduo com deficiência auditiva no Brasil. Abrindo espaço igualitário aos cidadãos que precisam de uma oportunidade de emprego, independente de suas condições físicas e, sim, de suas condições técnicas adquiridas com a devida formação educacional.