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Enviada em: 06/11/2017

No Brasil, a garantia de educação aos surdos começou ainda no Império, através de Dom Pedro II. Todavia, leis existentes mas ineficazes no incentivo ao aprendizado desses cidadãos, poucos investimentos em estrutura, profissionalização e oportunidades, associados à ausência de princípios de alteridade e inclusão são fatores que problematizam a questão, distanciando-a de sua efetividade.         Primordialmente, é sabido que o país não é desprovido de leis que garantem a educação inclusiva, já que esta, associada ao princípio de isonomia da Constituição, é tratada pela Lei Maior nos artigos 27 e 28. Entretanto, é certo que o Brasil distancia-se de ser uma referência na formação educacional de surdos pela ausência de políticas sociais de incentivo, como a construção de escolas especializadas e campanhas midiáticas também.          Outrossim, investimentos ineficientes tornam a abordagem mais desafiadora. É preciso que o Governo foque na profissionalização de professores e voluntários, tornando-os capazes de mudar realidades através da educação em libras. Além disso, as parcerias público-privadas devem dar a oportunidade aos surdos de dignificarem suas vidas por meio do trabalho. Caso o contrário, o decaimento de matrículas de surdos na Educação Básica, constante desde 2013, segundo o INEP, será a nova realidade do Brasil, distanciando-o do Estado democrático e igualitário, defendido pelo filósofo iluminista Rosseau.           Por fim, é preciso que conceitos como alteridade e inclusão deixem de ser somente teorias ensinadas na Sociologia escolar e passem a fazer parte do convívio coletivo. O vídeo "Cordas" mostra como o convívio com deficiências físicas pode e deve ser desenvolvido socialmente, principalmente, pela empatia.              Sabiamente, Machado de Assis escreveu que "a primeira glória é a reparação dos erros". Se torna imperioso, portanto, que o Estado construa centros de educação básica e profissional para surdos, por meio de parcerias com o Ministério da Educação e com o setor privado, garantindo que essas pessoas tenham boa formação através de tecnologias inclusivas, palestras e afins. Espera-se com isso que o Brasil seja exemplo de educação de pessoas com deficiência auditiva e se torne, por fim, um país mais igualitário, como afirmou Rosseau.