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Enviada em: 02/11/2018

Criada durante a Segunda Guerra Mundial para detectar mísseis, a internet, hoje, ganhou diferentes formas de uso, no qual tornou-se intrínseca sua utilização para a vivência no mundo moderno. Contudo, o Brasil enfrenta desafios quanto à inclusão tecnológica de idosos, causada, sobretudo, pelo estigma  social desses indivíduos, bem como às falhas institucionais. Frente a isso, a problemática instala-se, ditando sequelas sociais a serem combatidas.       É válido analisar, antes de tudo, o caráter cultural da problemática. Sob esse ângulo, esse contratempo encontra raízes históricas, já que, durante a ditadura militar brasileira, de 1964 a 1985, foi criada a SNI (Serviço Nacional de Inteligência), que tinha o papel de obter informações para os militares do período. Nesse sentindo, os idosos, por terem vivenciado essa era em que não havia sigilo pessoal, trouxeram essa insegurança para a atualidade, sendo que não conseguem confiar nas máquinas com o receio da exposição de seus dados. Prova disso, foram dados obtidos por uma pesquisa da USP, em que cerca de 24% da terceira idade, por medo, não se conecta à internet. Destarte, é evidente que essa camada da população enfrenta problemas quanto a confiança na tecnologia e, assim, dificulta sua inserção nesse meio.        É necessário ressaltar, ainda, a precariedade dos programas de inclusão digital. Seguindo essa linha de raciocínio, é indubitável que projetos inclusivos não atingem todas as camadas da sociedade, sendo os moradores das periferias ou interiores dos estados, os mais segregados digitalmente. Exemplo disso foi a pesquisa do IBGE, no qual os dados obtidos mostraram que na região Nordeste, cerca de 60% da população não sabia usar a internet.  Tal cenário, entretanto, além de chocar-se com os direitos promulgados pela Carta Magna de 1988, que concedia a inclusão de todos os indivíduos; entra em conflito, também, com a filosofia da equidade aristotélica, em que deve-se tratar os diferentes a medida de sua diferença, de acordo com aquilo proposto pela lei.       Infere-se, portanto, que o Brasil enfrente problemas quanto à inclusão digital da terceira idade. Sendo assim, cabe às Prefeituras a realização de palestras, com profissionais da área da tecnologia, que mostrem os benefícios da internet, como a obtenção de informações ou dialogar com a família, para fragmentar esse ideário de medo. Somado a isso, cabe ao Governo Estadual, em conjunto com ONGs de inclusão, a realização de cursos sobre a tecnologia, com a disponibilização de computadores e professores, que terão a responsabilidade de ensinar os idosos a como manusear as máquinas, bem como a maneira correta e segura de contactar a internet, no intuito de promover a inclusão de todos esses indivíduos para assim, o país possuir menor segregação tecnológica.