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Enviada em: 03/11/2018

É incontrovertível que a inclusão digital da terceira idade configura-se em um desafio pós-moderno. Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o sofrimento do outro. Contudo, no cenário hodierno, tais mobilizações não ocorrem, principalmente com o fenômeno da exclusão digital com a parcela mais velha da população que sofre em adaptar-se devido à incompreensão geral e ausência de mecanismo inclusivos.    Primordialmente, convém inferir que a tecnologia evoluiu de modo exponencial, mas nem todos acompanharam essas transformações. O darwinismo tecnológico - conceito onde apenas os que se adaptam à tecnologia sobrevivem - é um fenômeno enfrentado por muitos idosos que sofrem com as mudanças nos meios comunicativos e muitas vezes são vistos como analfabetos digitais. Outrossim, muitos indivíduos mais jovens são incompreensíveis no que tange ao processo de inclusão dessa parcela da sociedade, agravando a conjuntura visto que esses indivíduos poderiam contribuir no processo de inclusão repassando seus conhecimentos.     Ademais, é válido ressaltar que o fenômeno da exclusão é amplamente sustentado pela posição desabonada do estado em oferecer estruturas acolhedoras. À guisa do sociólogo Max Weber, os seres humanos guiam a sociedade por meio de ações sociais. No entanto, as ações sociais inclusivas no meio tecnológico são raras. Destarte, a ausência de mecanismos que combatem a exclusão, como a inserção de cursos e campanhas especializadas, corroboram no agravamento da temática. Por conseguinte, o processo de socialização do idoso é dificultado, fazendo com que muitas vezes ele seja marginalizado podendo, além disso, desenvolver doenças como a depressão.      Portanto, é impreterível a ação de medidas atenuantes sobre o estado inercial da problemática. As igrejas, muitas vezes o local mais frequentado pelo idoso, deve oferecer seu espaço para promover ações inclusivas comunitárias, como aulas educativas, sendo ministradas por funcionários do Ministério das Comunicações que devem ser bem treinados e capacitados para chegarem até o idoso com uma abordagem simples e de fácil entendimento, além do desenvolvimento de campanhas publicitárias fomentando a discussão entre a sociedade sobre a importância da socialização do idoso no meio digital. Assim sendo, a mobilização com o sofrimento do outro pregada pelo iluminismo ocorrerá e o impasse sanado a longo prazo.