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Enviada em: 15/08/2018

Escassez de centros de ensino. Desestímulo da família. Os desafios para a inclusão digital da terceira idade no Brasil são diversos e refletem o preconceito com a capacidade intelectual do idoso arraigada na sociedade brasileira, bem como a baixa efetividade das políticas públicas direcionadas a essa parcela populacional, o que contribui para o isolamento social desses e para a permanência de atos discriminatórios na nação.       Diante disso, é indubitável que a escassez de espaços de diálogo com os membros das famílias, especialmente nas escolas brasileiras, esteja entre as causas dessa problemática. Segundo Anísio Teixeira, intelectual brasileiro, a escola é responsável, também, pela construção de atitudes. Seguindo tal precisa, as instituições de ensino ao não estimularem a conversa com pais e alunos sobre o papel do idoso e suas capacidades no corpo social, possibilitam a manutenção dos esteriótipos de obsolescência dos envelhecentes frente a sociedade moderna digital, esses passam a ser frequentemente desestimulados pelos seus núcleos familiares quanto ao uso da internet, como as redes sociais, o que provoca seu isolamento e, até mesmo, a depressão, doença que é mais presente entre os idosos brasileiros, segundo o IBGE.        Outrossim, a ineficiência das políticas públicas para esse setor social no país agrava esse quadro. De acordo com Aristóteles, a política deve ser usada de modo a alcançar a igualdade e justiça na sociedade. De maneira análoga, observa-se que no Brasil tal ideal não é praticado, haja vista que, embora o Estatuto do Idoso garanta a educação, a saúde de qualidade e a autonomia desses, o que inclui o conhecimento de informática, não há no país ações de âmbito nacional para a sua inclusão digital, apenas tentativas pontuais, como o projeto "Universidade Aberta à Terceira Idade" da Universidade de Santa Catarina, que tem incluído os idosos nessa nova era.       Dessa forma, as dificuldades para a inserção dos envelhecentes no meio virtual no Brasil relaciona-se a questões sociais e políticas. Destarte, o Ministério da Educação junto à sociedade civil organizada devem incentivar o diálogo sobre os potenciais do idosos na assimilação de conhecimento por meio de campanhas midiáticas, rodas de conversas e oficinas, nas escolas, a fim de desmistificar preconceitos e evitar o desestímulo daqueles por seus familiares. O Governo Federal e o Ministério do Desenvolvimento Social devem, ainda, realizar parcerias com as universidades e empresas particulares por meio de acordos e incentivos fiscais para construir e ampliar centros de ensino digital aos idosos no país a fim de garantir sua autonomia informacional.