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Enviada em: 04/09/2018

Segundo Zygmunt Bauman, vivemos em tempo de "modernidade líquida", cuja característica, segundo o sociólogo polonês, é a enorme quantidade de estímulos confusos e a propensão a mudança rápida e imprevisível. Enquanto para um jovem - cuja inserção nesse mundo caótico se dá no nascimento - tudo parece muito simples, para um idoso essa entrada no mundo tecnológico - no qual a tecnologia de ponta se mostra obsoleta em questão de poucos anos - já mostra entraves. Dentre esses, podemos citar: a falta de apoio familiar para o aprendizado e a frustração com tentativas anteriores.       Em primeiro lugar, devemos ter em mente que pessoas mais velhas não só possuem habilidade de aprender, como necessitam dessa atividade. À medida que os anos passam, neurônios serão perdidos e, por isso, é imprescindível que o idoso continue aprendendo coisas novas, para manter saudáveis os neurônios que restaram. No entanto, muitas vezes os familiares não têm paciência de ensiná-los, já que o aprendizado deles se dá de forma diferenciada, e exige, na maioria das vezes, repetições. Por isso, a inclusão digital se mostra tão positiva na vida da terceira idade, pois envolve diversos mecanismos repetitivos, o que é benéfico à memória.       Em segundo lugar, é importante notarmos o quanto a forma de fazer diversas atividades mudou nos últimos anos. Um exemplo disso é a forma como solicitamos serviço de taxi por aplicativo; assim como pagamento de contas por aplicativos; além de compras em supermercados que podem ser entregues em domicílio sem que seja necessária a ida até o estabelecimento. Assim, todas essas inovações facilitariam ainda mais a vida do idoso se ele tivesse possibilidade de utilizá-las. Por isso deve-se esclarecer a necessidade de não se frustrar com a primeira tentativa malsucedida e não se fechar ao novo por pensar que não consegue aprender como utiliza-lo.       Com isso, vemos o quão importante a inclusão digital se mostra na vida da terceira idade. Por isso, o Ministério da Educação junto com escolas e universidades podem promover aulas de informática básica, com foco no uso de celulares e computadores, para que os idosos consigam ser inseridos no mundo digital. Além disso o Governo Federal junto à mídia deve investir em propagandas que mostrem a importância da inclusão do idoso, a existência de cursos de informática para a terceira idade e a importância da família nesse processo, que não só insere a terceira idade no mundo moderno, como melhora sua vida e sua autoestima, além de o retirar do isolamento. Apenas dessa forma, o idoso será realmente inserido digitalmente.