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Enviada em: 05/08/2018

No início do governo da Alemanha, em meio a uma crise de 31% de inflação, uma das primeiras atitudes de Adolf Hitler foi direcionar os idosos, antes mesmo dos judeus, para os campos de concentração nazista, uma vez que, na visão do líder, essa classe era sinônimo de estorvo para a recuperação do país. Análogo a esse fato, os anciões que vivem na sociedade digital brasileira são vítimas de um "apartheid etário". Nesse sentido, os longevos são excluídos da Era Digital, seja pela inobservância estatal e familiar, ou pela perda de autonomia da idade.         Antes de tudo, vale ressaltar que, de acordo com Magna Carta de 1988, é dever do Estado e da sociedade como um todo amparar os idosos, incluindo também sua entrada na tecnologia. Contudo, a prática deturpa a teoria, visto que, encontra-se um verdadeiro processo de segregação digital, pois as politicas públicas são concentradas na inclusão digital dos jovens, a priorizar o futuro, sendo um ato perverso, por ter a concepção que os mais velhos não pertencem a civilização. Logo, em consonância ao filósofo francês Pierre Levy, é insuficiente colocar alguém em frente a uma tela sem instruções antecipadas, como o Estado lamentavelmente faz com essa minoria. Dessa forma, a participação ativa desses no interesse coletivo do ciberespaço é necessária para promover sua autonomia.         Outrossim, é ingênuo não observar como a esteriotipação marginalizada que os jovens atribuem á minoria como sendo antiquada e não objetivando ela na modernidade, isso irá influenciar negativamente a inclusão. Nesse âmbito, na ótica da jurista e especialista do idoso Perola Melissa, a velhice traz a perda da autonomia para muitos sexagenários, pois os mesmos não são autônomos quanto ao uso da tecnologia, visto que -em regra- depende de terceiros(familiares,amigos ou cuidadores). Por conseguinte, sem ajuda dos terceiros, eles sofrem sem recursos as mazelas da exclusão digital, como a perda de lazeres e culturas desse espaço. Dessarte, a sociedade como um todo é palco da falta de altruísmo e tratamento humanitário, semelhante aos campos de concentração.        Diante dos fatos mencionados, a necessidade do poder público e da sociedade civil em incluir o idoso na Era Digital. Assim, cabe ao Ministério dos Direitos Humanos juntamente com o Ministério da Educação, criar oportunidades de acesso do longevo à educação digital, adequando currículos e metodologias aos programas educacionais a ele destinados, a fim de inseri-lo no ciberespaço. Ademais, é fundamental que a mídia televisiva, digital e impressa divulguem propagandas que instruam os mais jovens a incluir os sexagenários na tecnologia, como o incentivo ao uso de rede sociais, com o intuito de promover a autonomia que eles merecem. Sendo assim, a República Brasileira poderá enfim seguir a Magna Carta e possivelmente mitigará o problema em questão.