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Enviada em: 20/08/2018

Velhice cibernética      A partir das revoluções industriais , o desenvolvimento científico- tecnológico se espalhou pelo mundo afora. Na contemporaneidade observa-se a perpetuação de tal dinâmica, visto que o meio informacional tornou -se algo primordial para o sustento da vida humana. Contudo, nem todos são contemplados com a inclusão digital, principalmente a terceira idade. Nesse aspecto, nem só a ausência de familiares e amigos como também a carência de auxílio governamental  fazem parte dos desafios que necessitam ser mitigados.    Em primeiro lugar, é indubitável que apesar das inovações da modernidade , o distanciamento das pessoas torna-se uma atividade pertinente. Dessa forma, o sociólogo americano Robert D. Putman propaga em seu modelo teórico sobre o afrouxamento das laços sociais , em que as relações são passageiras e frágeis.Sob tal ótica, a partir de um viés individualista, a camada idosa se vê ilhada das informações cotidianas, desde os passos mais fáceis, como realizar uma chamada telefônica até aspectos mais difíceis ,tendo como exemplo o uso da internet. Assim sendo, já que não obtêm ajuda dos indivíduos mais próximos, afastam-se da rotina hodierna e optam pelo isolamento, estimulando um sentimento de inutilidade.     Outrossim, um dos princípios do Estatuto do Idoso, promulgado pelo Governo Federal em 2003 , é a viabilização de formas alternativas de participação desse contingente no cenário atual, porém não há políticas públicas suficientes que satisfaçam tal aparato. Nesse ínterim, a camada idosa , uma das que mais cresce no mundo, não é prestigiada por cursos gratuitos ou unidades estaduais que viabilize sua inserção no âmbito virtual . Partindo desse pressuposto, além do fenômeno da exclusão, fica cada vez mais difícil interagir com parentes distantes ou chamar por ajuda, caso venha ocorrer uma situação de risco. Destarte, é fundamental a inclusão digital desse grupo, tanto para facilitar os práticas diárias quanto para atender os dilemas vivenciados, como a busca por remédios e agendamento de consultas.     Urge, portanto, medidas necessárias para a resolução das adversidades supracitadas. Com isso, cabe ao Ministério da educação, em conjunto com iniciativas privadas, desenvolver cursos acessíveis ou gratuitos  para a camada idosa, por meio da estruturação de polos em diversos pontos pelas cidades. Tal proposta deve contar com a participação de familiares e profissionais do ramo tecnológico, com o intuito de promover a utilização do meio virtual em casa e  romper com o isolamento etário. Ademais, a alternativa é essencial para legitimar os paradigmas estatais e incluir os idosos no parâmetro disseminado por moldes históricos duradouros.