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Enviada em: 27/08/2018

Conforme elucidou a escritora Simone de Beauvoir, a velhice denuncia o fracasso da nossa civilização. Isso pode ser comprovado ao analisarmos a forma desleixada com que os brasileiros lidam com os idosos. Nesse viés dois aspectos não podem ser negligenciados: a desatenção quanto à inclusão e o analfabetismo digital dessa classe em um mundo tecnológico.   A principio, as empresas privadas (como Samsung e Apple) que fabricam os aparelhos eletrônicos, não incluem os idosos como potenciais clientes, ou seja, não há adaptações nos sistemas que satisfaçam as limitações próprias da senescência. Ademais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística afirma que 17 porcento da população brasileira será idosa em 2027. Dessa forma, é preciso que os cidadãos mais jovens despertem de sua letargia e auxiliem os idosos a se incluírem na Ágora online.  Nesse sentido, alguns projetos localizados já se desenvolveram para auxiliar os idôneos, a faculdade de Medicina de Ribeirão preto (FMRP-USP), criou o Projeto de Inclusão Digital do Idoso, o SESC também criou cursos práticos para a terceira idade. Porém, esses programas não abrangem todo o território nacional, uma vez que os prefeitos e governadores não se manifestam em prol da alfabetização informática. Em outras palavras, o governo não investe recursos nessa causa social. Destarte, é imprescindível que as Câmaras Municipais, em parceria com o Ministério do desenvolvimento Social, desenvolvam políticas públicas especiais para a questão da inclusão digital da terceira idade, tais como: Aulas gratuitas de computação e uso correto de celulares e tablets. Tal atitude, facilitaria a inserção dos senis na era da informação e reduziria a segregação social no Brasil. No mais, é necessário que o Ministério da Educação, por meio da internet, esclareça para o público em geral as dificuldades enfrentadas pelos mais velhos nesse quesito, isso conscientizaria as famílias incentivando-as a ajudar os anciãos no que precisarem para criar e manter laços sociais por meio da mídia. Essas ações reverteriam o quadro de analfabetismo e exclusão digital dos idosos.