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Enviada em: 19/10/2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos - promulgada em 1948 pela ONU - assegura a todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Entretanto, ao se pensar na inclusão digital da terceira idade na sociedade brasileira é possível afirmar que os idosos não são assegurados de seus direitos na prática. Nesse contexto, deve-se analisar a falta de autonomia do idoso na sociedade brasileira  e a inoperância estatal.              Em primeiro lugar, destaca-se que a perda de autonomia do idoso não está mais limitada ao plano físico e sim, social. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, estamos vivendo a modernidade líquida. Ou seja, para ele a sociedade atual é marcada pelo individualismo e pela falta de empatia, o que dificulta às relações e, principalmente, a inclusão digital do idoso, que por sua vez precisa da ajuda de outrem para utilizar esses meios. Tendo em vista que, por serem de um século onde a tecnologia não era tão vivenciada como hoje com as redes sociais, sofrem em acompanhar essa evolução. Em consequência disso, gera por parte da família, da sociedade e do Estado um esquecimento , causando neles a perca da auto-estima e, consequentemente, do seu valor.                Por outra parte, vale ressaltar que essa não inclusão é ainda mais intensificada pela ausência de políticas-estruturas. De acordo com o artigo 1 do Estatuto do Idoso - Lei 10.741/037 determina com clareza o dever de assegurar "com absoluta prioridade a efetivação do direito à vida. à saúde, à alimentação (...) ao respeito, e a convivência familiar e comunitária" e, especificamente quanto à inclusão digital. Porém, a realidade corrompe a teoria, uma vez que as politicas públicas concentradas buscam somente a inclusão digital da criança, do adolescente e do jovem a fim de priorizar o futuro,é em tudo perversa a concepção de que o idoso não mais pertenceria a sociedade contemporânea por vir de outro século. Tal fato é inaceitável na sociedade brasileira, um país pluralizado, mas que tira do idoso seu direito ao acesso a informações básicas e sua própria qualidade de vida.                Urge, portanto, que indivíduos e as politicas públicas cooperem para mitigar a exclusão digital da terceira idade. Cabe ao Governo Federal capacitar profissionais da área da informática, por meio de cursos específicos para o publico da terceira idade  , com o intuito de ensiná-los os fundamentos básicos da computação e como usar as redes sociais para se comunicar com a família e amigos, também com o apoio de médicos para promover através da tecnologia a diminuição de doenças neurológicas, como o alzheimer. Espera-se com isso a inclusão dos idosos na sociedade e uma forma de aumentar a sua auto-estima, favorecendo também a sua autonomia.