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Enviada em: 11/10/2018

Com a Segunda Guerra Mundial, houve um avanço tecnológico expressivo que possibilitou o advento de inovadores meios de comunicação, como o computador e o celular. Em contrapartida, observa-se um cenário hodierno segregacionista, visto que os idosos não estão incluídos no uso desses novos aparelhos. Nessa perspectiva analítica, torna-se pontual não apenas questionar o porquê da exclusão desse grupo perante a era digital, mas também compreender de que modo tal questão afeta a qualidade de vida da população senil.        Em primeira análise, referencia-se o viés do pensador romano Cícero que, em sua obra ''Saber Envelhecer'', destacou o fato de as pessoas subjugarem a fase da velhice. A partir dessa concepção, consolida-se o desinteresse capitalista de adequar as tecnologias às limitações físicas dos idosos, caracterizando, assim, a exclusão. Tal contexto é explicitado nas telas e dígitos dos dispositivos eletrônicos de tamanho reduzido, não condizente com os entraves visuais advindos do envelhecimento. Entretanto, perante o aumento da expectativa de vida, o crescimento da população senil representa um expressivo mercado consumidor que requer adaptações para usufruírem dos avanços.      Nesse contexto, torna-se imperante, também, destacar que o Estatuto do Idoso, presente na Constituição Federal, atribui ao Estado o dever de assegurar a participação das pessoas idosas na comunidade e defender sua dignidade e bem-estar. Não obstante, a situação supracitada de isolamento da população senil afeta a possibilidade do uso dos intermédios digitais para facilitar o andamento cotidiano e propiciar lazer, como o uso de aplicativos de compras, locomoção e de relacionamento. Dessa forma, é tácito a importância das tecnologias nas relações e integração social, sendo imprescindível a adoção de mecanismos necessários para promover a qualidade de vida desses indivíduos.         Nessa conjuntura, cabe buscar viabilidades à resolução desse problema social. Sob esse ângulo, compete ao poder público fornecer incentivos fiscais às empresas privadas de tecnologias que possuem iniciativas de inclusão dos idosos, através da criação de aparelhos destinados a atender as limitações visuais e auditivas provenientes do envelhecimento, a fim de amenizar os desafios impostos pela inovação digital. Concomitantemente, é papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação estabelecer como meta disponibilizar verbas para projetos de aplicativos focalizados à população senil, com o objetivo de erradicar o isolamento virtual. Compreender as necessidades desse setor torna-se elementar para a construção de uma sociedade desenvolvida e igualitária.