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Enviada em: 13/10/2018

No romance "O curioso caso de Benjamin Button" de F. Scott Fitzgerald, o personagem principal é portador da leucodestrofia, uma síndrome que ao nascer com aspecto velho, o rejuvenescia ao passar do tempo. Porém, longe da ficção, tal fato pode ser associado aos indivíduos brasileiros de terceira idade que superam os tabus sociais à sua faixa etária. Isso porque, esses enfrentam desafios em sua inclusão digital tanto por barreiras funcionais, bem como pelo estigma sofrido.        Antes de tudo, é necessário destacar o obstáculo quanto à compreensão do código utilizado no mundo digital. Ao discorrer sobre a modernidade líquida, Zygmunt Bauman afirma que presencia-se uma época puramente individualista, onde as relações sociais são líquidas e maleáveis. Semelhantemente, o idoso que almeja desfrutar da tecnologia é coibido pela coletividade indiferente e egoísta para os amparar. Dessa forma, somados com a dificuldade da compreensão linguística e da utilização física de computadores e celulares, acarreta um sentimento de anacronismo tecnológico - o não pertencimento à dada época, qualificando a exclusão do idoso nesse meio.       Ademais, o próprio preconceito abstém a inclusão efetiva desses. Segundo o filósofo Niesztche em sua Teoria do Super Homem, o ser superior seria aquele capaz de liberta-se das amarras sociais de seu tempo. Todavia, o homem hodierno vai contra esse pensamento ao discriminar àqueles de terceira idade pela sua incapacidade e pouco preparo. Sendo assim, imbuídos de menosprezo, muitos idosos acabam marginalizados e pouco assistidos em sociedade. Logo, passam a ocupar posições minoritárias, uma vez que estão sem empregabilidade e oportunidades educacionais frente às modernizações.       Infere-se, portanto, que a situação da inclusão digital daqueles com idade vetusta é consternadora. Por isso, é fundamental que o Ministério da Educação em conjunto com o poder executivo, assegure o Estatuto do Idoso, ao oferecer cursos profissionalizantes de informática para garantir oportunidades empregatícias e educacionais em sociedade da terceira idade. Além disso, o Ministério dos Direitos Humanos em parceria com a mídia, podem através de campanhas e propagandas socializar a importância da inclusão social do idoso no contexto tecnológico a fim de mitigar o preconceito. Só assim, poderá se verificar uma sociedade mais empática e respeitosa no que tange à dignidade dos longevos.