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Enviada em: 18/10/2018

É notável o aumento da expectativa de vida do brasileiro, fato que, aliado à diminuição da taxa de natalidade está provocando uma inversão na pirâmide etária com o consequente envelhecimento da população. Diante desse cenário surgem desafios, tanto para o poder público quanto para os novos idosos, dos quais se destacam: a acessibilidade funcional às novas tecnologias e os crimes virtuais que vislumbram tal parcela da população como potenciais vítimas.         A geração que, hoje, ocupa a faixa etária da terceira idade, nasceu em uma realidade sem acesso à internet ou mesmo telefone celular, fato inimaginável para os jovens do século XXI que, praticamente, já nascem com um celular ou tablet em suas mãos. De acordo com o sociólogo Emily Durkheim o homem é um produto social do meio em que foi criado e como para os nascidos no século passado tais invenções são consideradas recentes, alguns ainda não possuem o conhecimento suficiente para sua utilização de forma adequada. Com isso, destaca-se a importância e obrigação do governo em ofertar a seus idosos possibilidades de, através da educação, inclusão às novas tecnologias existentes.         Conto do vigário, bilhete de loteria premiado, SMS(mensagem de texto) de ganhador de carro “0 Km”, acompanhando o desenvolvimento tecnológico veio também a evolução dos golpes. O cientista político niteroiense Roberto DaMatta explícita em seus estudos que as ruas são um território hostil onde a ordem só se mantém sob constante vigília da autoridade. Por isso, o governo deve se empenhar em combater os crimes virtuais que, por meio de quadrilhas especializadas focam o público idoso, que muitas vezes por ingenuidade ou desconhecimento acaba caindo nas novas modalidades do antigo  conto do vigário.        Portanto, fica evidenciada a importância da educação e da inclusão digital dos idosos às novas tecnologias, bem como, o desafio que o Estado possui de proteger tal parcela da população de golpes virtuais que tendem a ter a terceira idade como foco. Para proporcionar maior conhecimento a este público sênior o governo deve através de Parcerias Público-Privadas(PPPs) recrutar jovens de escolas públicas, que preparados para tal, ministrarão aulas sobre as novas tecnologias aos idosos, pois, a atual "geração Y" já nasceu com tais conhecimentos tecnológicos em sua BIOS. Com essa prática além da troca de experiências entre estas gerações, os jovens, não obstante o recebimento de incentivos pecuniários, conheceriam o nobre sentimento de gratidão e os idosos estariam com o "firewall" adequado para impedir o avanço do banditismo virtual, que hora os tem como alvo.