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Enviada em: 25/10/2018

Segundo a Lei da Inércia, de Newton, a tendência de um corpo é permanecer parado quando nenhuma força é exercida sobre ele. Fora da Física, é possível perceber a mesma condição com relação ao problema da inclusão digital da terceira idade (ou melhor idade), que é um desafio para o Brasil. Com efeito, evidencia-se a necessidade de promover melhorias para a inserção dessas pessoas na era digital, que persiste influenciada por questões socioculturais e pela base educacional.       Em primeira análise, as questões socioculturais mostram-se como um dos desafios à resolução do problema. Conforme Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de pensar. Sob essa lógica, é possível perceber que a questão da inclusão digital da terceira idade é fortemente influenciada pelo pensamento coletivo, uma vez que, se as pessoas crescem inseridas em um contexto social em que a tecnologia digital não se faz presente, a tendência é rechaçar esse conhecimento e permanecer na inércia, o que torna a resposta ao desafio ainda mais complexa.       Além disso, os desafios para a inclusão de idosos na era digital encontra terra fértil na base educacional dessas pessoas, que foi vivenciada em um período no qual não existia a tecnologia utilizada atualmente. Nesse sentido, o filósofo Schopenhauer defende que os limites do campo de visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo. Isso justifica a causa do problema: se as pessoas não conhecem os benefícios da era digital e não se sentem incluídas nessa onda tecnológica, sua visão permanecerá limitada, o que dificulta a mudança desse cenário.       É necessário, portanto, que ações sejam desenvolvidas para a promoção da inclusão digital da terceira idade. Logo, é necessário que as prefeituras, em parceria com o Governo do Estado, proporcionem a criação de oficinas educativas, a serem desenvolvidas nos locais em que os idosos costumam frequentar, como igrejas, clubes da melhor idade, centros de convivência, dentre outros. Esses eventos podem ser organizados por meio de atividades práticas, através do uso de ferramentas de informática, redes sociais e jogos digitais, de modo a proporcionar a visualização do assunto e ainda, possibilitar a integração dos idosos com o público jovem. Por fim, é preciso que a comunidade brasileira olhe para a necessidade de inclusão dos idosos na era digital com mais empatia, pois, como descreveu o poeta Leminski: "Em mim, eu vejo o outro".