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Enviada em: 02/08/2019

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original”. Tal frase de Albert Einstein pontua a relevância do aprendizado para o crescimento pessoal. Posto isso, ao voltar-se para a questão da educação digital da população idosa são encontrados desafios que impedem que esse grupo tenha acesso à inclusão nesse meio, tais como a fluidez dos tempos e falhas estatais.    A princípio, cabe pontuar que o individualismo familiar aliado a dinamicidade da vida hodierna são fatores que dificultam o acesso da terceira idade as novas tecnologias. Com a consolidação do capitalismo, o trabalho torna-se prioridade no mundo contemporâneo, dessa forma a sociedade passa a possuir pouco tempo para inserir os idosos no contexto tecnológico, haja vista que tal tarefa requer atenção e paciência devido a esse público não está adaptado aos aparelhos digitais. Sendo assim, a comunidade idosa é marginalizada do universo digital, o que dificulta o seu relacionamento e comunicação com pessoas de outras faixas etárias. Assim, evidenciando o cenário previsto por Zygmunt Bauman, em que ele afirma a vivencia de tempos fluidos e relações sociais cada vez mais efêmeras.    Outrossim, a disponibilidade de cursos ofertados pelo Governo para o ensino digital apresentam-se como outro impasse que afeta a inclusão tecnológica da população idosa. De acordo com o IBGE, embora o grande número de idosos no Brasil, apenas 19% desses sabem utilizar a internet. Diante dessa ótica, é visível o distanciamento desse grupo do mundo digital que, dentre outros fatores, ocorre pela falta de projetos governamentais que auxiliem essa população a fazer parte do meio digital, tornando-se um obstáculo que impossibilita os idosos a usufruir do acesso à informação e cultura por meio da tecnologia, configurando também o descumprimento do Estatuto do Idoso, que assegura o direito de integração à vida moderna.    Diante do exposto, medidas são necessárias para reverter a problemática. Urge que o Poder Público crie cursos gratuitos de alfabetização digital para idosos com profissionais capacitados que atendam as necessidades e perfil de cada aluno, a fim de respeitar o processo de aprendizado individual, para que assim a terceira idade seja devidamente incluída na conjuntura moderna, possibilitando sua autonomia e melhorando seu convívio social, dando fim a sua segregação. Ademais, a mídia deve fomentar campanhas socioeducativas a respeito da importância da inclusão digital dos idosos, visando uma mudança de postura da sociedade civil sobre o assunto. Dessa maneira, se possibilitará o desenvolvimento pessoal da população idosa através do aprendizado, como Einstein acreditava.