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Enviada em: 14/08/2019

O século XXI é marcado pelo advento de profundas transformações. A popularização do universo digital, por vezes denominado web, assim como o aumento da população idosa no mundo, revelam que as relações sociais se modificaram e que sobre elas surgem novos desafios. Entre eles, cita-se a inclusão digital da terceira idade, processo pouco oportunizado pelas ferramentas tecnológicas e em ambiente familiar, mas que é passível de ser contornado. Assim, ainda que sejam inúmeros os desafios a esse processo, é necessário entendê-lo a fim de se modificar as perspectivas presentes.   Em um primeiro momento, o desafio à inclusão digital da terceira idade inicia-se pela própria funcionalidade deste meio. A popularização das redes sociais está vinculada à maior interação do indivíduo com os meios tecnológicos, entre eles os smartphones e computadores. Essas ferramentas, por sua vez, apresentam interfaces ainda pouco intuitivas ao público idoso, como ausência de orientações quanto ao risco existente nas aplicações presentes no aparelho. Em navegadores da web, por exemplo, é comum a presença de anúncios sensacionalistas que podem induzir o indivíduo ao seu consumo, tornando-o vítima dos crescentes crimes cibernéticos efetuados por hackers.   Além disso, o “internetês” apresenta-se como obstrução ao completo envolvimento deste público alvo no ambiente digital. Essa linguagem virtual por vezes torna palavras cotidianas em meros caracteres, a exemplo da utilização de “vc” para se referir ao “você”. Essa problemática, associada a não participação de amigos e familiares no processo de aprendizagem do idoso no quesito imersão na web, fazem-no refém de sua condição etária. Em vista da elevação da expectativa de vida, é notório, ainda que em pequena quantidade, a ocupação de postos de trabalho por idosos, os quais, se não ambientados a era digital, tornar-se-ão indivíduos pejorativamente denominados por analfabetos digitais, fomentando, assim, o preconceito.   Fica claro, portanto, que a inclusão digital da terceira idade enfrenta inúmeros obstáculos, os quais são passíveis de serem contornados. Para tanto, o Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência e Tecnologia, poderia fomentar programas de auxílio tecnológico à população em geral, sendo estes lecionados em escolas e universidades, para que a integração dos idosos - principal público-alvo - seja mais interativa e fluída. Além disso, a mídia, por meio de campanhas e anúncios diários em sua grade de programação, poderia fomentar a maior participação familiar no que tange ao uso da tecnologia, orientando-os a cerca da linguagem digital para que seja possível ambientá-los nas novas relações sociais que marcam o século XXI.