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Enviada em: 17/08/2019

De acordo com o filósofo francês, pensador da área de tecnologia e sociedade, Pierre Lívey: "Toda nova tecnologia cria seus excluídos". Nesse contexto, infere-se que no universo da tecnologia digital, a terceira idade foi posta à margem de tal progresso, uma vez que faltam projetos públicos e organização da sociedade civil para combater o analfabetismo digital. Desse modo, é flagrante que há, no Brasil, desafios que precisam ser superados para garantir a inclusão digital dos idosos, pois isto significa assegurar o acesso à interação social e o direito à vida desse grupo.        Convém ressaltar, mormente, que o aumento da população idosa representa o aumento da expectativa de vida do país. Todavia, observa-se que não houve um planejamento público que garantisse a inclusão dos idosos à sociedade. Segundo o cientista americano Nicolas Negroponte, "computação não se relaciona mais a computadores, relaciona-se a viver", isto é, para viver na sociedade atual é preciso está inserido no universo digital. Nesse sentido, é inegável que a maioria dos idosos possuem dificuldades para aprender a usar tecnologias, sobretudo a internet e, por isso, tornam-se excluídos desse novo modo de viver e de interagir socialmente.             Outrossim, deve-se salientar que essa exclusão digital repercute negativamente para a saúde da terceira idade. Consoante ao Ministério da Saúde, entre 1980 e 2012, houve um aumento de 215,7% no número de suicídios entre os jovens no Brasil. Esse número é o reflexo da escassa atenção do Governo e da sociedade para este grupo que, não raramente, sofre com baixa autoestima, depressão e sensação de abandono por parte da família. Dessa forma, é preciso não ignorar os anseios da população idosa, e superar os desafios para a sua inclusão digital será o primeiro passo para tal.             Destarte, fica claro a importância de mitigar o isolamento social e de garantir o direito à vida digna da terceira idade no Brasil. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação e Cultura, em parceria com as Universidades Federais, organizar cursos presenciais sobre o básico da tecnologia para os idosos. As aulas podem ser ministradas pelos acadêmicos de computação, como uma forma de estágio da própria graduação,e devem ser feitas em grupos para estimular a interação social dos participantes. Além disso, a divulgação dos cursos deve ser feita por mídias tradicionais e de porta em porta, com vistas a alcançar o máximo de indivíduos. Espera-se, com isso, superar os desafios atuais e minimizar, no país, a máxima de Lívey.