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Enviada em: 20/08/2019

Na antiguidade Greco-romana, a estrutura política Espartana era permeada por um conselho de anciões com mais de 60 anos (Gerúsia), que aconselhava as demais instâncias políticas para a tomada de decisões importantes na Pólis. Entretanto, hodiernamente, observa-se a desvalorização do papel social da terceira idade pela sua dificuldade de inclusão no ramo digital. Nesse sentido, entre os desafios para se alcançar tal inclusão, pode-se citar: a inércia Estatal na cobrança da fabricação pelas empresas de aparelhos funcionais para idosos, assim como a indiferença da sociedade pela questão.            Em primeira análise, nota-se o descaso do Estado na fiscalização de empresas para a produção de aparelhos eletrônicos que atendam as demandas dos idosos. Segundo a óptica de São Tomás de Aquino, todos os cidadãos são iguais em direitos e dignos da mesma importância. Contudo, a prática deturpa a teoria, visto que a malha pública brasileira carece de esforços para cobrar das indústrias de tecnologia aparelhos digitais com fontes maiores, mais sensíveis ao toque e de "layout" mais simplificado, para o uso proveitoso da população senil. Em decorrência disso, essa parcela poderia ser melhor integrada ao corpo social no âmbito digital, tendo em vista que em 2030 o Brasil terá a quinta maior população idosa do mundo, conforme dados do Ministério da Saúde.             Por outro ângulo, percebe-se a postura individualista da sociedade em buscar a interação com com o público ancião como fator relevante. De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, em sua teoria do Habitus, o corpo social possui padrões que são impostos, naturalizados e, posteriormente, reproduzidos. Sob este viés, pode-se verificar a aplicação desse princípio no contexto brasileiro, uma vez que a coletividade, ao longo do tempo, mostra-se egoísta sem se importar com a harmonia da interação entre todas nas faixas etárias na rede de internet, o que leva à casos de isolamento social, e pode culminar em depressão e fobia social. Destarte, medidas enérgicas são necessárias para se alterar essa "padronização coletiva", proposta pro Bourdieu.           Nesse cenário, é vital a mudança do quadro atual de descaso com inserção dos idosos no contexto digital. Logo, o Congresso Nacional, enquanto instância legisladora da União, deve destinar para as Delegacias o aumento de verbas para a contratação de reforço policial especializado, com o intuito de fiscalizar a aplicação de taxas de impostos para empresas que não cumpram a missão de criar produtos eletrônicos inclusivos para idosos, a fim de garantir o que é previsto em Lei e proporcionar um melhor acesso ao meio digital à esse público. Ao mesmo tempo, cabe às Prefeituras, aliadas às ONGs, a realização de debates e atividades lúdicas em grupo, em praças e centros de recreação, para incentivar a maior conectividade dos senis. Assim, a ideologia Grega será alcançada.