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Enviada em: 04/09/2018

Doenças já erradicas no Brasil voltaram a ser motivo de preocupação entre autoridades e profissionais da saúde. De acordo com dados do Ministério Saúde, desde 2013, a cobertura da vacinação para doenças como caxumba, sarampo e rubéola vem caindo ano a ano. Esse cenário preocupante reflete os desafios enfrentados para garantir a vacinação dos brasileiros, que incluem, dentre outros, a falta de conhecimento sobre vacinação por parte da população e a divulgação de fake news (notícias falsas).        A Revolta da Vacina - revolta popular ocorrida em 1904, na cidade do Rio de Janeiro - foi causada pela campanha de vacinação obrigatória contra a varíola. A grande maioria da população, formada por pessoas pobres e desinformadas, não conheciam o funcionamento de uma vacina e seus efeitos positivos. Logo, não queriam tomar a vacina. Assim como na revolta, atualmente ainda há esse desconhecimento por parte da população, que está ligado também à falta de conhecimento sobre doenças consideradas erradicadas. Por serem julgadas extintas, as pessoas deixam de se vacinar achando que não há risco de contrair a doença. Analogamente, no tempo em que usar cinto de segurança não era obrigatório, a pessoa só usava quando perdia alguém em um acidente de trânsito. É mais ou menos assim que acontece com a vacinação. Basta um surto ser noticiado pela televisão para as pessoas correrem para tomar a vacina e as filas dos postos tornarem-se enormes. Algo que poderia ser feito bem antes, se seu caráter preventivo fosse levado a sério.       Além disso, a divulgação de fake news nas redes sociais, referentes a possíveis efeitos colaterais e até mesmo à morte, causados pela vacina, vem gerando medo e insegurança, além de desestimular as pessoas a procurarem postos de vacinação. O problema das notícias falsas na área da saúde é ainda mais grave, pois elas podem matar.         Assim, para enfrentar esses desafios que enfraquecem a garantia da vacinação à toda população brasileira, é preciso combater o vírus da desinformação. O Ministério da Saúde deve criar uma ferramenta online, como uma página no facebook e um número disponível no whatsapp, que averigue as notícias falsas, com o objetivo de mostrar o que é verdade ou mito, tornando as pessoas mais informadas. Ademais, o Ministério deve promover em parceria com os municípios, propagandas informativas sobre a importância da vacinação, mesmo no caso de doenças consideradas erradicadas. Fazendo então, com que a cobertura do país volte a crescer e o cenário seja revertido.