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Enviada em: 14/08/2018

A varíola, que durante muito tempo dizimou populações, está erradicada desde a década de 1980. A poliomielite, que até décadas atrás deixava crianças sem andar, está em vias de desaparecer graças à vacina. É notório que este avanço científico contribuiu para com a melhora na qualidade de vida das populações, mas infelizmente uma falsa sensação de segurança quanto a doenças já erradicadas e a ascensão do movimento antivacina deixam explícito que enfermidades anteriormente solucionadas, ou sob controle, podem ocasionar num surto a qualquer momento, colocando a saúde de toda a comunidade em risco.    Deve-se pontuar que o sucesso da vacinação no Brasil, graças ao seu Programa Nacional de Imunizações (PIN), gerou na população uma falsa sensação de segurança, que não mais se preocupa com doenças que, tempos atrás, causavam insegurança nos brasileiros. A redução do número e do alcance das campanhas de imunização também contribuiu para um relaxamento da população quanto o quão importante é se vacinar. Como consequência, em agosto de 2017, o estado de Rondônia confirmou o primeiro caso de sarampo desde o ano de 1999.    Concomitantemente a isso, surgido na Europa, o movimento antivacina já chegou ao Brasil, tendo como resultado o aumento do número de pais que se recusam a vacinar seus filhos. Comparando com a Revolta da Vacina, em 1904, no Rio de Janeiro, a diferença entre as duas é que a revolta fluminense foi ocasionada pela falta de informação; já o movimento atual surge pelo excesso dela, com boatos que se espalham pela internet sem nenhum embasamento científico, fazendo com que crianças e bebês, biologicamente mais frágeis, sejam expostos a doenças que, normalmente, com a vacina, estariam protegidas.    Portanto, são necessárias medidas para garantir o acesso às vacinas para todos os brasileiros. O Ministério da Saúde, em parceria com os mecanismos midiáticos, deve conscientizar a população quanto a importância de se imunizarem, com campanhas na TV, internet, rádios e jornais, visando aumentar o alcance da informação. Além disso, as escolas poderiam checar o cartão de vacinação dos alunos no momento da matrícula, informando aos pais e às autoridades sanitárias sobre a ausência de alguma dose obrigatória. Desse modo, o Brasil poderá garantir para a sua população uma saúde de melhor qualidade e manter o seu prestígio internacional quanto ao seu programa de imunizações.