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Enviada em: 16/08/2018

O Retrocesso Da Prevenção      "E a varíola desceu para a cidade dos pobres e botou gente doente." No fragmento do livro "Capitães da Areia" de Jorge Amado, o autor disserta da problemática de doenças na periferia da Bahia. Da qual nas décadas de 1930 houve epidemia da varíola, entretanto, o Estado baiano garantia grande assistência às classes mais abastadas e omitia o mesmo às classes menos favorecidas, deixando-os a mercê dessa mazela. Assim, ao radiografar a atual conjuntura brasileira, observa-se uma paridade entre épocas - a ineficiência estatal quanto a prevenção cidadã nas vacinações.     Diante disso, as diretrizes sociais são invalidadas por essa onda de impunidade. Na Constituição Federal de 1988, seu Art. 6° pregoa "Que todos têm direito à saúde". Falácia legalizada, haja vista a desassistência e precariedade do sistema público de saúde brasileira, cujo os investimentos são pífios diante ao montante da população (200 milhões), além disso, há a corrupção do homem público. Prova disso, é os inúmeros atos escusos da máquina pública à sociedade, a exemplo dos processos da Lava Jato e Mensalão, que retiram o que é da nação (G1). De fato, a generalização do sucateamento da saúde, prolonga a "enfermidade" do cuidado do país aos direitos humanos.     Adjacente a isso, a negligência do cidadão brasileiro arvora uma menor projeção da cobertura profilática. Segundo o Ministério da Saúde, em 2017, apenas 70% da meta para vacinação da Tetra Viral foi possível, enquanto o ideal era de 95%. Ademais, desde 2013 vem diminuindo a cobertura do sarampo, rubéola e caxumba (BBC Brasil). Essa mazela possibilita o retorno de doenças já erradicas e o enfraquecimento da proteção nacional, justamente pela despreocupação da população, em suma dos pais de crianças e adolescentes, em levar seus filhos a se prevenir. Ora, o comodismo familiar, paradoxalmente, incentiva o retrocesso da prevenção.       É indubitável, portanto, medidas que minorem esse dilema. A priori, o Ministério da Saúde junto ao Ministério da Justiça devem fomentar a validez da Carta Magna, com incentivo ao respeito da mesma para com o cidadão, do direito à saúde/vacinação, por bem feitoria dos representantes, a fim de fortalecer os direitos sociais cidadão. Em segundo, cabe a mídia (TV, Rádio e Redes Sociais) propagar informações sobre a importância das prevenções e alertar contra a sua não participação das campanhas, com fito de conscientizar as famílias brasileiras ao cuidado de suas futuras gerações. Dessa forma, o antagonismo da antiga Bahia de Amado será posta apenas no campo ficcional, enquanto a realidade brasileira desfrutará de saúde.