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Enviada em: 17/08/2018

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão acerca dos desafios para garantir a vacinação dos brasileiros. No início do século XX, o médico sanitarista, Oswaldo Cruz, comandou uma campanha de vacinação obrigatória no Brasil, ocasionando uma revolta popular devido à recusa e ao receio social. Contudo, apesar das vacinas serem consideradas grandes conquistas humanitárias, ainda hoje inúmeras pessoas recusam-se à tomá-las. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, basta analisar as causas desse comportamento e suas consequências na saúde pública.     Em primeiro lugar, vale ressaltar que de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a aplicação de vacinas evita, todos os anos, 6 milhões de mortes. Todavia, uma parcela da sociedade é a favor do movimento antivacina, o qual coloca a vida de outros indivíduos em risco. Isso ocorre, sobretudo, em razão do medo dos efeitos colaterais e da disseminação de mitos infundados, como, por exemplo, a relação fictícia do autismo com a vacina tríplice. Para ilustrar, segundo o Ministério da Saúde, o objetivo de vacinar 48 milhões de pessoas, em todo o Brasil, contra a gripe não foi concluído, imunizando apenas 35,1 milhões de cidadãos. Assim, percebe-se que a perpetuação desse cenário é resultado de uma população desinformada e de informações falsas repassadas constantemente.     Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que, devido ao movimento antivacina, doenças consideradas erradicadas no país, podem expor a população ao risco de novas ocorrências. Vale salientar que, isso advém do surgimento de grupos de pessoas suscetíveis,  em virtude da escolha de não se vacinar, que possibilitam a circulação de agentes infecciosos. Com isso, O Brasil, que em 2017 não contabilizou nenhum caso de sarampo, entre janeiro e junho de 2018 já registrou 1.686 casos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Nessa circunstância, nota-se inconformidade com a frase de Aristóteles, filósofo grego, "A base da sociedade é a justiça", haja vista que diversos cidadãos são contaminados em consequência da negligência de outros.     Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram com o atual quadro negativo do país. O Ministério da Saúde, deve realizar campanhas sociais e palestras públicas com profissionais da área da saúde, a respeito da acessibilidade das vacinas, da importância da vacinação, das implicações de não se imunizar e desmistificar os medos da população, com o propósito de conscientizar o corpo social e viabilizar um aumento significativo de imunizações no país. É imprescindível, também, que a sociedade civil busque se informar, pesquisando a veracidade das notícias online, buscando conhecer as propriedades das vacinas, os benefícios e os relatos científicos,  com o objetivo de desvendar os mitos e ultrapassar o senso comum.