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Enviada em: 15/08/2018

Neste terceiro milênio, torna-se oportuno discorrer acerca dos desafios para garantir a vacinação dos brasileiros. Sabe-se, de acordo com o Programa Nacional de Imunização, que as taxas de cobertura para algumas doenças vêm caindo ano após ano. Tais decréscimos são o reflexo de crenças errôneas a respeito da imunização ativa e da repetição de atitudes que, no passado, ocasionaram uma grande revolta popular no início do século XIX e que dificultam a ampliação da vacinação no território.   O Brasil exemplifica-se por ter sofrido, historicamente, após a vinda de imigrantes durante a colonização, a introdução de variadas doenças africanas e europeias. Como consequência, após preocupação do governo, instaurou-se no país políticas de vacinação obrigatória que geraram desagrado, culminando, em 1904, na Revolta da Vacina. Durante esse período, observou-se o que se repete nos dias atuais e que serve como obstáculo para a maior aceitação popular: a influência do senso comum.   É de comum consenso e empiricamente comprovado que a vacinação é eficiente, porém, é afetada pela aceitação passiva de informações e atitudes que interessam a um grupo específico. Segundo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um "corpo biológico", pois, como este, é composta por partes que interagem entre si. Assim, de modo a resguardar a coesão e a estabilidade do organismo, faz-se necessário políticas que inibam as chamadas "fake news", que contribuem para o pensamento individualista, pois retiram do cidadão a consciência de que ele não prejudica o corpo social ao negar a vacinação, algo que é errado.   Por fim, é preciso que o Ministério da Saúde mantenha e intensifique as campanhas publicitárias com o objetivo de instruir o cidadão a respeito da necessidade da imunização e as consequências da sua falta, vinculando-as em jornais, revistas, internet e televisão e financiadas com capital tributário. Da mesma forma, é preciso que se instaure punições, pela Polícia Federal, para aqueles que difundem notícias falsas sobre a vacinação na internet. Medidas de longo prazo são o futuro das decisões presentes.