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Enviada em: 19/08/2018

A nova revolta da vacina        A Constituição cidadã prevê o direito à saúde para a população brasileira. Nesse rol de responsabilidades do estado está o fornecimento das principais vacinas infantis. Porém, atualmente, existe uma tendência de rejeição a esse método preventivo, contribuindo assim, para o retorno de doenças erradicadas. Conforme o escritor Victor Hugo, “as palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade”. Nesse contexto, a circulação de informações na internet sobre os riscos da imunização pode ocasionar em um problema de saúde pública.        Primeiramente, no início do século XX, a vacinação passou a ser obrigatória, devido aos surtos de varíola, o que gerou uma rebelião popular contra essa imposição. Hoje, apesar de, cientificamente, comprovada a eficácia em resguardar o organismo humano de vários patógenos, ainda existe uma insegurança por parte das famílias. O portal de notícias Estadão informou que, em 2017, o número de bebês e crianças vacinadas, no Brasil, atingiu o menor índice dos últimos 16 anos. Essa estatística pode estar associada aos possíveis efeitos colaterais e, também aos movimentos antivacina, disseminados nas redes sociais.        Em virtude dessa baixa adesão aos antígenos atenuados, doenças que não apareciam há décadas, estão voltando a apresentar surtos. É o caso do sarampo, com 677 doentes em seis estados nacionais, no mês de julho de 2018, conforme o site G1. O desenvolvimento dessa doença decorre da falta da produção preventiva dos anticorpos, o que deixa o organismo da criança vulnerável, e facilita a transmissão a outros indivíduos, que por algum motivo apresentam baixa imunidade. Essa ameaça à saúde nacional mostra a emergência da tomada de providências pelos órgãos competentes, visto que é uma escolha pessoal, cujas consequências afetam toda a população.        Deve-se, portanto, adotar mecanismos para combater a tendência avessa à vacina. Cabe ao Ministério da Saúde criar um banco de dados, no qual serão registrados os nascimentos e as datas das vacinações obrigatórias, a fim de identificar as crianças não imunizadas, e assim lembrar os pais e cobrar multas das famílias que ignoram a obrigatoriedade dessa prática. Já a mídia, devido ao seu papel formador de opinião, deve mostrar em seus programas, estudos sobre a importância da vacina ao longo da história, bem como, a responsabilidade social envolvida nesse ato, para que a população perceba que a prevenção é mais eficaz e menos danosa que a remediação.