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Enviada em: 18/08/2018

O Brasil é reconhecido internacionalmente por seu amplo programa de imunização, o qual disponibiliza vacinas gratuitamente à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, de acordo o Ministério da Saúde (MS) em 2017 as taxas de imunização sofreram uma queda e já atingem o nível mais baixo do pais em 16 anos; tais dados resultam de fatores de ordem social e politica. Sendo assim, encontrar caminhos para garantir a vacinação dos brasileiros é um desafio que precisa ser enfrentado pela sociedade civil e pelo Estado.    A falta de informação da população é a principal causa da queda da cobertura vacinal. Isso acontece porque muitos pais conservam uma opinião anacrônica a respeito dos imunizantes que integram o calendário nacional de vacina, consoante ocorreu durante a Revolta da Vacina , em 1904. Esses genitores, na maioria das vezes, têm medo de que as vacinas causem reações prejudiciais ao organismo de seus filhos, ou ainda, acreditam na imunidade natural das crianças em razão de viverem expostos a boas condições de saneamento e cuidado. Outrossim, o horário limitado dos postos de saúde não correspondem com ao tempo livre de muitas famílias, essa discrepância de horas pode, também, contribuir para o baixo índice de vacinação evidenciada hodiernamente no Brasil.     Atrelado à sociedade, nota-se que a negligência do poder público colabora para esse cenário alarmante. Isso decorre de problemas com o abastecimento de alguns postos de saúde, por exemplo, segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações houve falta de BCG , vacina essencial aplicada nas maternidades. Somado a isso, a falta de divulgação da mídia e dos  Órgãos Federais da Saúde sobre a importância de evitar o retorno de doenças antigas, como sarampo, difteria, meningite, poliomielite, colaboram para o relaxamento da população, a qual  só se preocupa em casos de riscos iminente, como aconteceu recentemente com a febre amarela.       Portanto, faz-se necessário uma mobilização nacional a fim de resgatar coberturas elevadas e homogêneas. Urge que o MS promova campanhas de incentivo à vacinação, com palestras ministradas por profissionais da saúde nas escolas, nos lares e através da mídia,  enfatizando os benefícios da vacinação, a importância de se imunizar e o risco de retorno de doenças antigas a fim de conscientizar as famílias. Além disso disso, o Governo deve manter o abastecimento dos postos através da compra de vacinas essenciais que atendam a demanda da população. Os médicos e pediatras também devem fazer recomendações mais enfáticas nos hospitais sobre a importância de se imunizar. Só assim, como atesta Darcy Ribeiro será possível inventar o Brasil que queremos.