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Enviada em: 20/08/2018

Em 1904, as campanhas de imunização propostas pelo governo brasileiro a fim de erradicar diversas epidemias e sanitizar a cidade do Rio de Janeiro foram a principal causa da Revolta da Vacina. De igual modo, no contexto atual, propiciado, principalmente, pela rápida circulação de informações, observa-se um crescente movimento contrário à promoção da imunização por meio de vacinas na população brasileira, preocupando as autoridades do país, visto que tem se tornado um problema  de saúde pública, configurando-se como uma ameaça à saúde coletiva.      É importante pontuar, de início, que o Brasil possui um dos mais eficientes programas de imunização do mundo e por meio dele foi possível extinguir doenças da sociedade brasileira, como a Poliomielite. Contudo, apesar da eficiência do programa e de sua gratuidade à sociedade, a saúde da população brasileira tem sido colocada em risco à medida que os grupos contrários à vacinação tem crescido no país. Tal fato é comprovado por dados do Ministério da Saúde que evidenciam queda na taxa de imunização de doenças como o sarampo, alcançando apenas 70% do público-alvo, quando o ideal seria 95%.    É necessário ressaltar, ainda, que a principal causa do crescimento do movimento anti-vacina é a rápida circulação de notícias na sociedade contemporânea e, se a principal causa da Revolta ocorrida no século XX foi a falta de informações acerca do assunto, hoje, é o excesso delas. Isso se deve ao fato de que o compartilhamento de notícias de procedência não verídica são cada vez mais comuns entre os brasileiros, levantando questionamentos quanto a eficácia das campanhas de imunização e os riscos gerados por elas. É desse modo, portanto, que o aumento dos grupos contrários à vacinas se torna um risco à saúde coletiva e podem propiciar o reaparecimento de doenças já controladas no país.     Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de se combater a expansão do movimento anti-vacina no Brasil. Para isso, os governos municipais, juntamente com o Ministério da Saúde, devem promover campanhas por meio de palestras e distribuição de cartilhas informativas a fim de conscientizar a população acerca da importância da imunização contra os mais diversos tipos de doenças. Por sua vez, a mídia tem papel imprescindível no combate ao crescimento desse movimento, o que deve ser feito por meio da circulação de informativos nos mais diversos meios de comunicação que ressaltem a necessidade das vacinas para garantir o combate de doenças na sociedade. Ademais, o Poder Legislativo deve trabalhar na elaboração de leis com o intuito de punir aqueles que circulam qualquer tipo de notícia não verídica sobre as campanhas de vacinação no país. Somente desse modo, será possível garantir que uma segunda fase da Revolta da Vacina não seja uma realidade no Brasil.