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Enviada em: 21/08/2018

Segundo pesquisas publicadas pelo DATASUS sobre o Programa Nacional de Imunização (PNI), as taxas de cobertura das campanhas de vacinação têm caído de forma relevante, a ponto de preocupar as instituições ligadas à saúde em função do aumento dos casos de doenças consideradas sob controle ou extintas em todo território nacional. A análise dos dados do programa aponta como duas as causas básicas para essa ocorrência: inicialmente, pela dificuldade do governo em garantir o abastecimento adequado de vacinas essenciais à população e  pela recusa dos pais em vacinar seus filhos.    No tocante às políticas públicas de imunização, a despeito do Ministério da Saúde ter noticiado aumento no volume de recursos destinados ao programa de vacinação, esses não tem sido eficientes, pois existem problemas logísticos de abastecimento de vacinas para as regiões mais remotas do país, em função da extensão territorial e de locais com difícil acesso. Além disso, essas mesmas regiões tem sido foco de imigração de países vizinhos que, impulsionados pela crise em seus países, atravessam as fronteiras sem que recebam o devido atendimento e controle de vacinas na sua origem. Se a região já possui problemas locais de abastecimento de vacinas nos Postos de Saúde, mais complexo está atender a uma população que cresce de forma descontrolada e sem infraestrutura adequada.      A recusa dos pais em vacinar seus filhos, no entanto, ocorre basicamente nos grandes centros urbanos e os motivos vão desde a religião, a orientação de algumas correntes médicas ou, até mesmo, de grupos anti vacina que acreditam que a vacinação pode criar doenças mais graves que àquelas que previnem. É o caso do responsável pelo Instituto de Imunologia da Alemanha,Dr.Thomas Kamradt. Ele afirma que o excesso de vacinas pode causar problemas imunológicos graves, como doenças auto imunes. Reportagens como essa, publicada na revista Galileu, servem de fonte para alimentar a corrente de pais que colocam em risco a vida de seus filhos não levando para vacinar, o que é obrigatório no país desde 1970. Segundo o ECA ( Estatuto da Criança e Adolescente) estes pais podem ser indiciados por maus tratos, podendo perder a guarda da criança.      Impossível ignorar que os surtos de sarampo e de outras doenças evitáveis estão ligados diretamente aos motivos supra discutidos e que as campanhas públicas precisam ser mais eficazes, direcionadas ao público alvo e que a vacinação deve ser limitada ao absolutamente necessário. Para tanto, Ministério da Saúde precisa criar um banco de dados nacional de controle de vacinas para convocação direta e oficial do responsável para regularização junto ao PNI da carteira de vacinação e que o documento seja obrigatório na emissão de passaportes, nas matrículas em escolas e universidades e para acesso a programas públicos assistenciais.