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Enviada em: 21/08/2018

A Constituição de 1988 declara que a saúde é um direito de todo cidadão, o que expressa o respeito pela dignidade humana. Nessa perspectiva, a falta de empatia ao próximo, inerente as consternações vividas pelos brasileiros, interfere no bem-estar comum. Isso se deve, sobretudo, as mazelas sociais por negligência estatal, bem como a omissão da família em relação à vacinação dos filhos. Essa circunstância demanda uma atuação mais arrojada entre o Estado e as instituições formadoras de opinião, com o escopo de superar os desafios para imunização da população brasileira.       De fato, é indubitável que o descaso na saúde pública contribua para potencializar o declínio das vacinações. Nesse viés, segundo Aristóteles, o exercício político tem por objetivo promover o bem-estar dos cidadãos. Isso posto, é perceptível que, mesmo com a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973, ressalta-se à falta de vacinas em vários postos de saúde, além da escassez do monitoramento das coberturas vacinais, especialmente, direcionados ao público infantil. Esse impasse evidencia o desdém com a população, haja vista a desorganização do SUS ser crucial à má qualidade de vida. À vista disso, percebe-se a coerência da premissa aristotélica ao assegurar a importância do poder público, intensificada, mormente, a garantia da saúde digna.       Outrossim, de acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a família é considerada uma organização primordial para estruturar a sociedade. Conforme esse princípio, infere-se que, hodiernamente, a existência massiva de famílias desorganizadas está sensivelmente vinculada aos relacionamentos voláteis e a instabilidade afetiva. Nesse ínterim, é inegável a relevância do conjunto familiar na promoção da saúde dos indivíduos, a julgar pela responsabilidade da vacinação na infância. Porém, denota-se a omissão de vários pais na imunização dos filhos, considerando-se fomentarem a falsa ideia de que as doenças como a varíola, foram erradicadas. Esse desequilíbrio contrapõe-se ao conceito durkheiminiano de estrutura parental, o que suscita propostas sociais para mudar tal realidade.             Urge, portanto, que, diante dos desafios para vacinação dos brasileiros, a necessidade de intervenção se faz imediata. Para isso, compete ao Estado, em sinergia com o Ministério da Saúde, por meio de maiores investimentos e melhoria na logística do SUS, garantir o abastecimento das vacinas nas repartições de vacinação, além de implantar a assistência de pediatras e enfermeiros nas escolas, no intuito de viabilizar o suprimento e o acesso à imunização. Ademais, cabe à família, juntamente com a escola, por intermédio de palestras e mesas redondas, estimular a importância das vacinações para a saúde dos indivíduos, com o fito de impedir o crescimento das doenças imunopreveníveis. Destarte, tal mazela será gradativamente minimizada.