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Enviada em: 21/08/2018

Em virtude de uma política preventiva, o médico sanitarista Oswaldo Cruz, liderou, no ano de 1904, uma campanha de vacinação contra malária e febre amarela, no estado do Rio de Janeiro. Entretanto, os moradores de favelas e cortiços, que foram obrigados a se imunizarem, desconheciam os benefícios imunológicos que a vacina proporcionava, e  iniciaram a Revolta da Vacina. Passados mais de 110 anos dessa revolta regencial, a população brasileira ainda enfrenta desafios no que tange a imunização de crianças e adultos contra doenças já erradicadas que ameaçam a voltar.     De fato, é inquestionável que o Brasil possui uns dos melhores programas de vacinação do mundo, conseguindo atingir mais de 100% nas doses de vacinas aplicadas na população brasileira. Contudo, a proliferação de ideais antivacinação, ameaçam a proteção imunológica que o Brasil conquistou ao longo das décadas. Tais movimentos, tomam força pelo número crescente de adeptos as chamadas "teorias da conspiração" , que afirmam, sem nenhum embasamento lógico científico, o conceito de vacinose, o qual declara que vacinas ocasionam retardo mental, enfraquecimento imunológico, doenças cancerígenas e, até mesmo deformação fisiológica. Esse fator atrapalha o sistema de saúde brasileiro e proporciona a vulnerabilidade imunológica.     Ademais, convêm frisar que a desatualização da carteirinha de vacinação, juntamente com a falta de saneamento básico, proporciona um cenário suscetível ao aparecimento de doenças que já foram eliminadas do território brasileiro, como a poliomelite,rubéola,caxumba entre outras. Em consequência, os estados mais carentes do Brasil, que não possuem estações de tratamento de água nem sistemas de esgoto, acabam gerando e alastrando doenças que podem ser evitadas, simplesmente, com vacinação.   Portanto, enxerga-se a necessidade de superar as dificuldades e desafios na vacinação dos brasileiros. É imprescindível, que o Ministério da Inovação e Comunicação (MCTIC) exclua, através de denúncias feitas nas redes sociais, todas supostas evidências e postagens do movimento anti-vacina. Além de veicular, em rede nacional, propagandas que reforcem a importância da vacinação. Também , é essencial que o Ministério de Desenvolvimento Social , inicie o mapeamento de municípios que mais sofrem com a falta de saneamento básico, promovendo construções de esgotos, estações de tratamento e água encanada.No que tange a população civil, o Ministério da Educação deve, através de visitas residenciais, informar medidas profiláticas aos moradores e adicionar no currículo escolar o estudo de doenças e suas complicações, para que se torne realidade o que Paulo Freire dizia: 'Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda'.