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Enviada em: 23/08/2018

Em 1977, devido à campanha de vacinação em escala planetária iniciada pela Organização Mundial da Saúde vinte e um anos antes, a varíola – doença mundialmente temida no século XVIII – pôde ser erradicada. Desde então, as vacinas são usadas como principal meio para o controle de doenças em todo o mundo. Por isso, é preocupante que a vacinação de adultos e, sobretudo, crianças tenha diminuído nos últimos anos no Brasil, ao contrário da maioria de outros países. Nesse contexto, observa-se a necessidade de identificar as causas desse menor alcance, bem como pensar em ações resolutivas para elas.       A infraestrutura precária de algumas cidades e regiões, a princípio, dificulta a eficácia de campanhas governamentais generalistas, isto é, as quais não são exclusivamente projetadas para áreas de difícil acesso. A esse respeito, dados de 2018 divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que as regiões Norte e Nordeste possuem a maior quantidade de municípios com menor cobertura vacinal do país – para todas as principais vacinas, a saber: poliomielite, tríplice viral e tetravalente. Ressalta-se, ainda, como fator complicador, a escassez de profissionais capacitados para atender a todas as comunidades desses locais.        Não obstante a isso, movimentos antivacina têm atrapalhado os esforços públicos para imunizar a população, pois, geram dúvidas e descrenças quanto a importância das vacinas para a saúde pública e individual. Sobre isso, o jornal online da Universidade de São Paulo (USP) critica o desserviço dessas anticampanhas e apontam as redes sociais como principal meio de propagação das falácias difundidas por elas. Assim, embora o Brasil tenha um dos mais reconhecimentos programas públicos de vacinação do mundo – por sua gratuidade e extensão – o movimento antivacinador tem impedido que as metas governamentais sejam atingidas.         Evidenciam-se, portanto, obstáculos para a vacinação plena dos brasileiros. Para contorna-los, o Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde devem, por meio de ações focalizadas nas zonas menos atendidas e monitoria sistemática dos pontos de aplicação, disponibilizar unidades móveis de imunização, como carretas e barcos equipados, a fim de expandir o alcance das vacinas. Além disso, a mídia pode ajudar veiculando nas diversas mídias sociais estudos atualizados que mostrem os benefícios das vacinas, afim de resgatar a percepção de famílias e sociedade sobre a importância da vacinação para a manutenção da saúde de todos. Espera-se, com tais medidas, a continuidade na erradicação de doenças tratáveis no território brasileiro.