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Enviada em: 23/08/2018

É indubitável que o regresso de doenças erradicadas ao cotidiano brasileiro é preocupante. Segundo informações da Organização Mundial da Saúde de 2018, a cobertura vacinal para a caxumba, o sarampo, a rubéola e a poliomielite vem apresentando queda relevante desde o ano de 2013, com índices de imunização abaixo de 85%. Nesse contexto, a desinformação da população e a falta de investimentos em políticas públicas de saúde, acarretam danos que podem custar a vida de muitos inocentes.       Convém ressaltar, a princípio, que a ausência de conhecimentos acerca da vacinação encontra-se enraizada na história do Brasil. Como exemplo, vale citar a Revolta da Vacina, no governo de Rodrigues Alves, que representou o descontentamento dos moradores do Rio de Janeiro para com a ação violenta e  compulsória de sanitaristas da época. Apesar da obrigatoriedade da imunização, o país conseguiu erradicar a varíola. No entanto, ações mandatórias sem especificações, mesmo sendo para um bom propósito, corroboram para a persistência de comportamentos receosos descultos pela sociedade.       Ademais, cabe salientar que o corte de gastos públicos contribuem para o retrocesso supracitado. Com efeito, pode-se citar a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 55 ou 241 que limitou o teto para as verbas sociais destinadas aos serviços básicos como a educação, a saúde e a segurança, congelando as mesmas por 20 anos. Dessa forma, as instituições de saúde já sofrem com a escassez de materiais para atendimento ao público e redução do aporte de imunobiológicos, agravando ainda mais o quadro elencado.         Destarte, é de suma importância e urgência que o Governo reavalie o direcionamento das verbas para o setor da Atenção Primária em Saúde com o fito de modificar o cenário ilustrado pelo retorno dessas patologias. As ações podem ser focadas em programas de conscientização em massa através de propagandas midiáticas na televisão, rádio e redes sociais, a fim de informar e alertar a população sobre os riscos de recusar a vacinação. Outrossim, o Ministério da Saúde deve elevar os estoques de imunobiológicos em toda a rede pública, para sanar os déficits da cobertura vacinal e reduzir a contaminação entre as pessoas. Desse modo, com a união da comunidade e do poder público, o país voltará a exibir o antigo quadro de aniquilação de doenças através do serviço gratuito de saúde.