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Enviada em: 27/08/2018

Em 1904, no governo de Rodrigues Alves, o Rio de Janeiro foi palco de uma grande revolta popular: a Revolta da Vacina. A imposição da vacinação obrigatória, sem nenhuma instrução ou satisfação aos moradores da cidade, fez com que boatos se espalhassem e ocorresse uma mobilização anti-vacina, uma vez que não sabiam a razão do uso da mesma. No Brasil hodierno, movimentos como esse ainda persistem, tornando a garantia da vacinação dos brasileiros um grande desafio.   Em primeiro plano, é importante ressaltar o papel da "fake news" na problemática. Com o avanço infindável da tecnologia, a disseminação de notícias passou a ser mais rápida e fácil, corroborando com excessos de informações, tanto verídicas quanto falsas, visto que a falta de vigilância epistêmica, que é o cuidado com tudo o que é lido e com sua veracidade, assombra a população brasileira. As fake news, que se tratam das falsas, são um dos desafios a serem superados para que a vacina tenha sua função cumprida, uma vez que são divulgados menções que distorcem as intenções das campanhas, seus efeitos e para que servem, criando mentiras e aumentando o número de adeptos do movimento anti-vacina do país.   Paralelamente, é imprescindível evidenciar a desigualdade social como fator agravante do tema. Como é notório a grande divisão de classes entre os brasileiros, deve-se salientar que não há democratização quanto ao acesso às campanhas para distribuição da vacina, muitas vezes feitas pela mídia, através da televisão ou das redes sociais, uma vez que populações economicamente desfavorecidas não possuem conhecimento sobre todos os seus direitos e deveres, por não possuírem condições de adquirir esses bens materiais. A exclusão desses indivíduos permite que haja um menor número de pessoas vacinadas, possibilitando a volta de doenças erradicadas no Brasil, e fazendo com que a garantia da vacinação dos indivíduos se torne um desafio a ser superado.   À luz do exposto, providências devem ser consideradas para solucionar esses desafios. A priori, o Poder Legislativo brasileiro deve criar leis rígidas que criminalizam a divulgação e propagação de notícias contendo inverdades, com o objetivo de diminuir a criação das mesmas e, juntamente com o Governo Federal, deve criar aplicativos de averiguação de notícias para auxiliar na vigilância epistêmica dos indivíduos, evitando que informações falsas ou incompletas sejam lidas e repassadas adiante, impossibilitando que boatos sobre a vacina se espalhem. Ademais, o Ministério da Saúde deve providenciar profissionais que atendam a população mais pobre do país, levando informações, individualmente, à todos, e distribuir panfletos, como forma de campanha, que retratem a importância da vacinação, esclarecendo que é um direito, e um dever, do cidadão, manter estável a saúde coletiva.