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Enviada em: 28/08/2018

A chamada "Revolta da Vacina" foi uma insurreição popular ocorrida no Rio de Janeiro no início do século XX. A revolta ocorreu  em reação à campanha da vacinação obrigatória contra a varíola, posta em prática pelo sanitarista Oswaldo Cruz, devido à falta de conhecimento sobre os efeitos positivos da vacina. Entretanto, mais de um século depois, ainda há desafios para garantir a imunização dos brasileiros, seja pela negligência do Estado, seja pela falta de informação que contribuem para os pais se negarem a vacinar seus filhos.      Em primeiro plano, a ineficácia da distribuição das vacinas no Brasil evidencia a ineficiência do Estado. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma em "Modernidade Líquida" que algumas instituições-dentre elas o Ministério da saúde- perderam sua função social, mas conservaram sua forma a qualquer custo e se configuram como "instituições zumbis".Essa metáfora proposta por Bauman serve para mostrar que o Ministério da Saúde está sendo incapaz de desempenhar seu papel social, de distribuir vacinas corretamente para todo o país, esquivando-se de sua responsabilidade. Dessa forma, é indubitável que esse é um fator preponderante para a continuidade da problemática hodiernamente.      Outrossim, assim como no ocorrido popular, na qual as pessoas se recusaram por falta de conhecimento, nesse ínterim, devido à escassez de informação esclarecedora sobre os benefícios que a imunização traz, muitos responsáveis estão se recusando de proteger as crianças. Por conseguinte, segundo o Ministério da saúde, o número de bebês e crianças vacinadas no Brasil apresentou uma queda em 2017 e atingiu o número mais baixo do país nos últimos 16 anos. Além disso, no caso da vacina quádrupla viral (tetraviral + vz), que protege contra sarampo, caxumba, rubéola, catapora e varicela, o índice está em 70%, uma queda de 8% em relação a 2016.Logo, doenças já erradicadas, podem voltar a circular, caso a cobertura vacinal, sobretudo, entre crianças, não aumente, por conta dos pais ficarem com receio que a imunização seja nociva, por causa das reações que ela causa.     Destarte, a ausência de organização estatal aliado à falta de informação dos pais são os grandes desafios do entrave.Assim, é imprescindível, que o Estado faça um de seus papéis, distribuir vacinas em todos os estados brasileiros, por meio de planejamento, juntamente com o Ministério da Saúde, mapeando todos os locais em que há a carência, com o fito de imunizar toda a população.Ademais, é fundamental que o Ministério da Saúde, por intermédio das redes sociais, como o Instagram, em seu perfil, publique as reações normais que as vacinas causam, de forma elucidativa, a fim de eliminar a premissa que elas são nocivas para a saúde.Com isso, o Estado deixará de ser uma "instituição zumbi", além de evitar doenças que foram erradicadas, com divulgações mais explicativas  sobre a  imunização.