Materiais:
Enviada em: 29/08/2018

Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa os desafios para garantir a vacinação, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que tal ideal iluminista é contatado na teoria, mas não na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pelas noticias falsas circulantes sobre a vacinação, seja pela falta de informações sobre sua importância. Nesse sentido, convém analisar-se as principais consequências de tal postura negligente para a sociedade.     Segundo a BBC, a taxa de vacinação para a poliomielite em 2016 foi a menor em 12 anos. É relevante notar que, a diminuição no índice de vacinação no Brasil, tem como um de seus principais desafios a indiferença por parte da população com a gravidade de algumas doenças, devido a erradicação das mesmas, como no caso da poliomielite. Sendo assim, os cidadãos perdem o "medo" das doenças que  as vacinas previnem, por não observarem casos em sua volta. Ademais, há uma barreira epidemiológica em populações em que a maioria é vacinada, a qual protege o indivíduo que não se vacinar de adquirir  as doenças, pois esta não terá como se propagar, o que aumenta ainda mais o pensamento de inutilidade das vacinas.  Além disso, outro grande desafio é a disseminação de notícias falsas vinculadas a não só sequelas físicas e mentais que as vacinas podem causar, como por exemplo, o autismo, mas como também especulações de conspirações governamentais por grupos radicais, onde as vacinas seriam usadas como meio de diminuir a população. Entretanto, nenhuma dessas informações contém embasamento científico ou fontes seguras, o que as tornam prejudiciais para muitos, uma vez que, a pessoa deixa de se imunizar contras doenças transmissíveis, colocando assim sua vida e a vida dos outros em risco.  É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um mundo melhor. Destarte, o Ministério da Saúde, aliado ao Ministério da Justiça, devem formular restrições coletivas as pessoas que não tomarem a vacina por escolha própria, através da proibição da retirada de passaportes e a impossibilidade de frequentar locais públicos gratuitos, como escolas e centros de lazer, acarretando no aumento das vacinações. Como já dito pelo pedagogo Paulo freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por profissionais da área da saúde, que discutam sobre a importância da vacinação, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.