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Enviada em: 30/08/2018

Durante o século XX, vários conflitos armados foram travados dentro do país, porém poucos são tão lembrados quanto a Revolta da Vacina. Essa rebelião foi motivada pela vacinação obrigatória posta em prática por Oswaldo Cruz, a fim de erradicar a varíola. Deste modo, nota-se que desde aquela época, desafios, como a falta de investimento na saúde pública e a ignorância de uma parcela significativa da população, precisam ser solucionados para garantir a imunização.              Primeiramente, é válido destacar que devido à crise econômica que assola o país desde 2014, cortes de verbas, de salários e até mesmo uma emenda constitucional foram feitos na tentativa de contornar os efeitos da recessão. Estes ajustes afetaram todos os setores sociais, em especial à saúde. Destarte, arcar com o custo das campanhas de vacinação e com a produção das vacinas, de modo a atender a demanda, torna-se um empecilho para garantir o direito à proteção contra doenças.           Além disso, a falta de conhecimento sobre a real importância da imunização contribui para o crescimento dos movimentos anti-vacina. Manifestações desse tipo fazem com que vários indivíduos, sobretudo crianças, sejam expostos a mazelas como a poliomielite. Muitos fundamentam seu repúdio ao ato de vacinar nos efeitos colaterais que podem surgir, no discurso de que o organismo possui capacidade de desenvolver imunidade às doenças sem necessidade de interferência externa e na homeopatia (medicina alternativa). Consequentemente, cresce cada vez mais o número de cidadãos  brasileiros não-vacinados.        Assim, os desafios para garantir a vacinação são muitos e precisam ser mitigados. Por conseguinte, o governo deve destinar uma porção maior dos royalties do petróleo para a área da saúde, de modo que as verbas para campanhas de vacinação e a produção em larga escala destas seja incentivada, a fim de aumentar o alcance populacional. Ademais, a mídia, por ser grande formadora de opinião, juntamente com ONGs poderão investir na distribuição de cartilhas e na veiculação de propagandas que visem à desconstrução dos mitos que cercam as vacinas, para que as pessoas vejam esse ato como um mecanismo de prevenção e não como uma ameaça, pois é através da difusão de conhecimento que práticas nocivas são debeladas.