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Enviada em: 01/09/2018

No início do século XX, foi implantada no Brasil a Lei da Vacinação Obrigatória. Criada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, a campanha teve grande importância visto que muitas cidades brasileiras eram assoladas por doenças como a tuberculose, febre amarela e a varíola. Contudo, mais de cem anos após a sua criação, essa lei encontra barreiras para ser efetivada. Nesse âmbito, são apontadas as causas: seja pela responsabilidade dos pais, seja pela falta de campanhas persuasivas do governo que ressaltem a importância desse ato que pode salvar vidas.          É indubitável que o fato de os pais não oferecer vacina aos seus filhos seja uma das causas desse impasse. Por um lado, apoiados por movimentos antivacinas, os responsáveis defendem ter medo dos compostos das antivirais. Assim, numa tentativa errônea de proteger as crianças, deixam de vaciná-las. Por outro, a falta de conhecimento prévio sobre o possível retorno de doenças erradicadas causa a falsa impressão de que já não é mais necessário manter em dia a carteira de vacinação dos filhos. Dessa forma, segundo dados da British Broadcasting Corporation (BBC), desde 2010, o número de crianças vacinadas reduziu mais de 20%, ficando abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).      Ademais, a falta de campanhas efetivas para divulgar a importância desse ato corrobora para a persistência desse problema. A erradicação de diversas doenças foi, sem dúvidas, uma grande conquista para a saúde brasileira. Entretanto, hodiernamente, com a crise humanitária da Venezuela, muitos imigrantes têm adentrado no país portando doenças já erradicadas. Assim, aliado a falta de conscientização, muitas pessoas que deixaram de ser vacinadas acabam sendo contaminadas, o que causou um surto de sarampo na região norte do país. É imprescindível, diante disso, trazer à tona novamente a importância da vacinação.        Urge, portanto, a necessidade de medidas que visem ao combate dessas barreiras. Vale ressaltar, o dever dos responsáveis e do governo na garantia das antivirais para as crianças. Assim, o Estado, na figura de Ministério da Saúde (MS), deve requerer da mídia a ampliação nas campanhas com propagandas persuasivas sobre a importância de vacinar, a fim de diminuir a porcentagem de jovens não vacinados. Além disso, os pais, também, devem ser lembrados sobre suas responsabilidades e, caso não garantam a vacinação para seus filhos, podem ser penalizados nas esferas civil e criminal, haja vista que esse direito é garantido às crianças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).