Materiais:
Enviada em: 01/09/2018

Regresso histórico       No começo do século XX, ocorreu no Rio de Janeiro a chamada Revolta da Vacina, cujo estopim foi a obrigatoriedade da vacinação. Embora situações análogas a essa sejam de difícil repetição na sociedade brasileira hodierna, uma constante se mantém: a ignorância dos cidadãos brasileiros em relação às vacinas. Nesse sentido, o alijamento da população do conhecimento sobre as vacinas em si e as “fake news” consequentes agravam a problemática.       Sob esse prisma, o distanciamento das pessoas do conhecimento teórico sobre o funcionamento dos princípios de imunização torna a questão mais danosa à sociedade. De fato, isso é causado, principalmente, devido ao foco das campanhas governamentais ser tão-somente a ida dos indivíduos aos postos e, assim, alienando-os do funcionamento das vacinas em si. Tal fato agrava ainda mais a questão caso se analise os dados de 2016 do Programa Nacional de Vacinação, os quais expõem que o número de imunizados ficou abaixo da meta nacional pela primeira vez nos últimos anos. Dessa maneira, esse alijamento pode reverter os avanços que o Brasil teve em relação à imunização.       Ademais, notícias enganosas sobre malefícios da vacinação proliferam sob esse contexto. Na verdade, essas “fake news” limitam os indivíduos que irão se vacinar devido ao anseio que lhes causam, sejam eles dos perigos, sejam eles da ineficiência das vacinas. Notícias falsas, como a de que as vacinas de varíola causam autismo, podem agravar ainda mais o quadro.       Portanto, esse distanciamento dos indivíduos do conhecimento teórico sobre a imunização agrava esse problema. Nesse contexto, o Ministério da Saúde, em aliança com o da Educação, deve criar campanhas publicitárias que foquem nos princípios da vacina, contrapondo “fake news” e afins. Essas campanhas seriam divulgadas na mídia em horário sobre com o intuito de alcançar o maior número de pessoas. Além disso, elas seriam financiadas com os recursos já destinados a campanhas sobre imunização para que assim seja viável sua implementação. Dessa maneira, é possível reverter esse quadro e, por conseguinte, evitar esse regresso histórico.