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Enviada em: 02/09/2018

No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro criou um decreto que tornava obrigatória a vacinação da população. Entretanto, devido ao seu caráter autoritário, os moradores se rebelaram no movimento chamado de "Revolta da Vacina", na qual recusaram a ordem dada. No entanto, ainda hoje é notável a queda no número de imunizações no país, tanto por conta da recusa da população quanto pela falta de organização do sistema de saúde, o que evidencia que medidas devem ser tomadas para acabar com os desafios na garantia da vacinação dos brasileiros, na medida em que a problemática compromete a saúde de todas as pessoas.       É relevante abordar, primeiramente, que a resistência da população é um dos principais motivos da redução de vacinas efetivadas no país. Segundo dados do PNI (Programa Nacional de Imunização), desde 2013 o registro de prevenções apresenta queda e isso deve-se ao crescimento de grupos antivacinas que espalham "fake news" a respeito do projeto. Uma vez que a população não é informada dos benefícios da vacinação, os boatos se disseminam e resultam na negação dos pacientes em tomarem a vacina, analogamente ao que ocorreu no Rio de Janeiro no início do século XX.       Além disso, outro impasse na garantia da vacinação dos brasileiros decorre da má organização dos postos de saúde que impede o acesso da população ao processo preventivo. Como consequência da falta de ordem, surgem problemas que vão desde a falta de estoques até a diminuta flexibilização de horários para a vacinação, o que, por sua vez, impossibilita que indivíduos que trabalham acessem aos locais necessários na hora certa. Esse panorama resulta no surgimento de bolsões de pessoas suscetíveis a doenças já erradicadas, como o sarampo, o que compromete a saúde da população de modo geral.       É evidente, portanto que medidas devem ser tomadas para concretizar a garantia da vacinação aos brasileiros. Primeiro, o Estado deve lutar contra as notícias falsas e reforçar a informação da população por meio de campanhas em escolas, com a ajuda do Ministério da Educação e profissionais da medicina, de modo a estabelecer bases concretas de conhecimento e estimular, desde cedo, a vacinação. Ademais, o Ministério da Saúde deve fiscalizar os postos de vacinação, por meio da instalação de aparelhos de denúncias no próprio estabelecimento, a fim de que a população possa registrar na hora sua insatisfação e ter um atendimento justo, garantindo, dessa forma, o acesso a pontos de imunização. Somente assim os desafios nesse processo poderão ser vencidos.