Materiais:
Enviada em: 03/09/2018

Émile Durkheim, sociólogo francês, afirmava que em uma solidariedade orgânica, para haver harmonia, cada parte do corpo social teria de cumprir sua função, a fim de que não ocorresse uma patologia social. Entretanto, percebe-se que essa tese não vem sendo cumprida, visto que os desafios para garantir a vacinação dos brasileiros persistem. Isso ocorre uma vez que há não só a negligência do Estado, mas também a baixa atuação das famílias e escolas.      Em primeiro lugar, ressalta-se que a negligência estatal interfere significativamente no que diz respeito ao mau desempenho nas campanhas de vacinação. Essa realidade é constatada por meio dos dados divulgados pela  Organização Mundial da Saúde, comprovando que  em 2016 a meta de vacinação contra a poliomelite não foi atingida. Além disso, a falta de vacinas essenciais  em alguns municípios proporciona o reaparecimento de doenças que estavam quase extintas no país brasileiro, como a rubéola, sarampo e a caxumba. Com isso, o grupo de pessoas suscetíveis tende a crescer, sobretudo , entre as crianças, o que acarretará em problemas mais sérios no futuro.       Outrossim, é importante salientar que a baixa participação tanto das famílias quanto das escolas no processo de imunização dificulta a proteção correta dos indivíduos. Conforme  filósofo inglês Jhon Locke, o ser humano nasce como uma folha em branco, sem conhecimento, e o adquire por meio das experiências. De modo análogo, as crianças e os adolescentes são influenciados pelo meio em que vivem, modelando o pensamento crítico de acordo com convívio entre os pais, professores e amigos. Dessa forma, o incentivo e o exemplo desde cedo seja no âmbito familiar, seja no escolar é indispensável para que o cidadão tenha em mente a importância da imunização. Todavia, essa atitude ideal a ser feita é não é seguida à risca, visto que alguns pais, por motivos religiosos ou ceticismo , não  imunizam os filhos,contribuindo para o retrocesso das campanhas de vacinação.     Evidencia-se, portanto, que medidas são necessárias para solucionar o impasse. Nesse viés, cabe ao Estado, na figura do Ministério da Saúde, por meio da ampliação de medicamentos e postos de vacinação com profissionais qualificados e a presença de personagens que atraiam o público infantil,a exemplo do Zé Gotinha, superar o déficit de cidades que não atingiram a meta das companhas, com o objetivo de que todos possam ficar imunizados. Some-se a isso, a colaboração do Ministério da Educação em parceria com as escolas, famílias e a mídia, mediante não somente palestras, mas também aulas, propagandas educativas e o diálogo, no sentido de mobilizar a sociedade quanto a importância da vacinação para a prevenção de doenças.