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Enviada em: 10/10/2018

O Rio de Janeiro presenciou, em 1924, a chamada Revolta da Vacina, movimento no qual a população rebelou-se contra a obrigatoriedade da vacinação e dificultou a imunização contra doenças.  Embora tenha-se passado mais de noventa anos, a cobertura vacinal ainda enfrenta desafios para atingir sua totalidade no Brasil contemporâneo e, por isso, é necessário que haja uma profunda análise da questão atual para que se possa, enfim, encontrar soluções capazes de melhorar esse cenário.   Primeiramente, vale ressaltar que, embora a Constituição de 1988 determine a saúde como direito de todos e dever do Estado, ainda pode-se perceber uma falta de recursos e investimento nesse setor. Segundo o Programa Nacional de Imunização, apenas cinco estados tiveram cobertura vacinal acima de 90% em 2015. Com isso, fica evidente que a falta de estrutura em hospitais e postos de saúde impede que o processo de vacinação atinja sua eficiência em todo o país.   Além disso, é importante sinalizar que a desinformação é um fator decisivo no processo de vacinar a nação. De acordo com Laurence Cibrelus, do Controle de Doenças Epidêmicas da OMS, um dos fatores para que a meta de imunizar 80% dos brasileiros contra a febre amarela não fosse atingida, alcançando apenas 55%, é a disseminação das notícias falsas. Dessa forma, a parte da população mais vulnerável e que não compreende a importância da vacinação é a mais afetada e, pela falta de engajamento coletivo, contribui para a ocorrência de surtos de doenças no Brasil.  Portanto, para que esse impasse seja solucionado, as prefeituras devem informar os cidadãos a respeito da importância da vacina e desmistificar as notícias falsas por meio de projetos sociais e dias de conscientização, com o auxílio de funcionários da saúde e assistentes sociais. Ademais, é dever do Ministério da Saúde investir em recursos para alcançar uma melhora no sistema público de saúde e, junto ao Programa Nacional de Imunização, promover campanhas pró-vacinas para que as pessoas possam se tornar mais engajadas para que, deste modo, a cobertura vacinal seja ampliada.