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Enviada em: 30/09/2018

A ANTIVACINAÇÃO EM DISCUSSÃO NO BRASIL    Andrew Wakefield, médico britânico, escreveu um livro em que defendia a tese de que a vacina era a principal causadora do autismo nas crianças. Esse fato se perpetuou pelo mundo e, desde então, o descrédito em relação as vacinas ainda se mantém, uma vez que hoje com o advento da internet e das redes sociais as falácias sobre vacinação são mais facilmente divulgadas. Sendo assim, é necessário debater o assunto e avaliar as consequências que essa problemática pode causar na sociedade.     Em uma primeira análise, é válido citar que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) um país deve ter 82% de sua população vacinada para que uma doença não corra o risco de se expandir. Porém, hoje o Brasil apresenta apenas 62% da população protegida. Isso acontece porque, atualmente  o advento e expansão das fake news colaboram com a ideia de que as vacina não são benéficas ao ser humano, o que explica a volta de doenças erradicadas como a varíola e o sarampo. Tal fato entra em contradição com a política de saúde pública, uma vez que o Brasil é o único país do mundo com vacinação gratuita do nascimento até a vida adulta.      Ademais, os grupos antivacinas, também na internet, ganham cada vez mais visualizações e seguidores. Esses grupos quando negam as descobertas científicas colaboram com a teoria do negacionismo social. O impacto desse negacionismo é desastroso, uma vez que com a não prevenção e proliferação de doenças há uma sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS) podendo levar a um aumento da espera e casos de falecimento. Em defesa dessa assertiva, cabe citar o documentário "Vacine Route" que fala sobre o assunto e expõe as consequências desse fato na sociedade.       Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de deliberar acerca desse assunto com palestras elucidativas por meio de dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema, para que a sociedade civil, não seja complacente com a cultura de antivacinação. Além disso, cabe colocar no ato da matrícula das escolas a obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacinas completo para garantir a prevenção. E, quando a criança não apresentar o cartão completo, cabe às escolas estipular um prazo para que a família do aluno regule e, caso não o faça, deve acionar o Conselho Tutelar para que investigue os motivos da não vacinação na criança em questão. Tais medidas visam, sobretudo, levar a informação correta para as pessoas e diminuir os casos contra a imunização  para que o Brasil não sofra, mais uma vez, com a revolta da Vacina, como ocorrido no século XX.