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Enviada em: 02/10/2018

Decretada pela ONU logo após o término da segunda guerra mundial, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à saúde e ao bem estar-social.  Contudo,  as dificuldades para garantir a vacinação no território brasileiro contradiz esse direito universal na prática. Nesse sentido, tornam-se importantes analisar as principais causas dessa problemática e a reflexão de medidas que solucione esse impasse.    É inegável que as desigualdades sócio-espaciais brasileiras estejam entre as raízes do problema. A irregularidade nas taxas de vacinação se concentram, sobretudo, fora das regiões de grande concentração populacional e econômica. Isso ocorre devido as muitas ausências de postos de saúde e profissionais da área médica em regiões distantes e municípios empobrecidos, como por exemplo, o sertão nordestino, o interior da floresta amazônica e as zonas rurais. Nesse sentido, é fundamental uma teia logística e infraestrutural que seja capaz de atender às populações das regiões inóspitas e de baixa renda brasileiras para o gozo universal da vacina.   Além disso, a premissa iluminista de que a falta de conhecimento gera o medo, lança luz para compreensão desse revés. A população, desinformada, sente-se ameaçada pelas vacinas, que podem ser ameaçadoras em sua aparência, com suas agulhas e sua dor. Isso não é novidade na sociedade brasileira: a revolta da vacina, foi uma insurreição popular no Rio de Janeiro, movida pelo receio da população pela vacina obrigatória contra à varíola. No contexto atual, acrescenta-se, ainda, a fácil propagação da desinformação com as novas mídias sociais, abismando ainda mais o medo social. Consequentemente, o conhecimento da importância e do funcionamento das vacinas pela população geral são nevrálgicos para dissipar os terrores da vacinação.   Portanto, tornam-se evidentes os caminhos necessários para garantir a vacinação de todos os brasileiros. Cabe ao Governo Federal a distribuição de verbas para atender as diversas regiões carentes e inóspitas com mais e novos postos de saúde, médicos e enfermeiros, além de parcerias com municípios que não conseguem assegurar a vacinação de sua área. Ademais, as mídias, na sua obrigação social, devem veicular, em conjunto com o ministério da saúde, campanhas publicitárias que sinalizem para a sociedade civil a importância das vacinas e que, também, desmistifiquem as mesmas. Com essas medidas, talvez, o Brasil solucione o revés da vacinação e consiga alcançar, nesse âmbito, as exigências da Declaração Universal dos Direitos Humanos.