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Enviada em: 02/10/2018

Vacinação em risco na era pós-verdade             O Brasil atual é referência mundial em vacinação. Campanhas na segunda metade do século XX, que usaram vários meio de comunicação em massa, foram eficazes para a erradicação e prevenção de algumas doenças, como a poliomelite. Entretanto, a importância da imunização perdeu destaque entre a população, pois a taxa de vacinação tem diminuído ao longo do anos. Isto demonstra que as consequências, muitas vezes irreversíveis, de tais doenças foram esquecidas. Além disso, as notícias falsas veiculadas na internet e a má gestão pública contribuíram para esse decréscimo. Nesse contexto, é preciso primordialmente uma comunicação mais abrangente e acessível com a sociedade, mas também retomar o conceito de cidadania.              Nesse viés, a primeira campanha de vacinação no Brasil iniciou-se de maneira arbitrária. Sem a informação da relevância da imunização para o combate a doenças infectocontagiosas, os habitantes da Primeira República se rebelaram contra as autoridades sanitárias, o que culminou na Revolta das Vacinas. Nos anos seguintes, por meio da propaganda e inserção do assunto na educação das escolas, esse quadro foi revertido, o Brasil tornou-se um modelo em ações de prevenção e vacinação no mundo. Sendo assim, o diálogo simples e medidas pedagógicas são capazes de conscientizar a sociedade.         Ademais, uma das grandes dificuldades para o Estado atualmente são os "Hoax", boatos falsos divulgados na internet. Esses têm uma linguagem mais próxima ao público em geral e por isso, muitas vezes atraem a atenção destes. É notório também que a linguagem científica se afasta da população, especialmente de classes sociais baixas. Nesse aspecto, à medida que algumas doenças não são mais observadas entre a população, as informações enganosas por meio da internet se potencializaram. É bom lembrar que a má distribuição e falta de vacinas nas cidades prejudicam         Diante do exposto, faz-se necessário que a comunidade científica com auxílio do Ministério da Saúde promova e aproxime a comunicação sobre esse assunto com o público de maneira acessível e pedagógica. Isso pode ser feito por meio de vídeos e publicações didáticas, que expliquem a gravidade da vacinação e desmintam notícias falsas, em redes sociais e mídias impressas. Outrossim, o Governo Federal deve atentar para a gestão de fornecimento de vacinas nos municípios, particularmente os mais afastados dos grandes centros. Além disto, o debate sobre vacina nas instituições de ensino, como escolas e universidade não deve ser apenas um conteúdo, esse deve fomentar e levar em conta que a vacinação é um ato de cidadania, ou seja, de coletividade e dever civil tendo em vista o bem comum.