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Enviada em: 04/10/2018

No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro viveu um movimento social conhecido como a Revolta da Vacina, em que os moradores marginalizados se opuseram à uma decisão dos órgãos municipais, que obrigava a vacinação da população, ocasionando inúmeros confrontos na época. Entretanto, no século XXI, a realidade não é tão diferente, posto que os desafios para garantir a vacinação dos brasileiros ainda se fazem presentes na sociedade. Diante disso, deve-se analisar como a desinformação dos pais e e negligência da gestão pública provocam tal problemática no país.       É relevante enfatizar, inicialmente, que a difusão de falácias em redes sociais, diminui interesse dos pais em vacinarem seus filhos e a si mesmos. Isso ocorre, porque todos os dias são publicados boatos a respeito do verdadeiro intuito da vacinação, por exemplo no facebook, que possui páginas com mais de 13 mil pessoas que compartilham mentiras, influenciando na decisão dos pais, por meio de fake news, na vacinação  dos filhos. Uma atitude como essa, tem por consequência o reaparecimento de doenças, que até então eram consideradas erradicadas, como a sarampo, a poliomielite e a rubéola.       Ademais, relacionada à falta de conhecimento dos pais, o descaso dos setores públicos também é responsável pela problemática. Isso porque os postos de saúde sofrem com o desabastecimento de vacinas essenciais e com a má distribuição das mesmas por todo o país, deixando dezenas de unidades incapazes de prover os cuidados necessários aos cidadãos. Não é à toa, então, que o alcance da cobertura da segunda dose da tríplice viral ( caxumba, sarampo e rubéola) sofreu uma queda de 23,3%, conforme relata o Sistema Único de Saúde (SUS).       Fica evidente, portanto, que ainda existem desafios para garantir a vacinação de todos os brasileiros. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com os veículos midiáticos de grande porte, como canais de TV, revistas e jornais, atuar na disseminação de informações confiáveis, como campanhas e anúncios comerciais, para que todos os cidadãos adquiram conhecimento de fontes confiáveis a respeito das vacinas. Compete também, ao Ministério da Saúde, em parceria com o Programa Saúde da Família, investir na distribuição de vacinas e de profissionais, intensificando as visitas  em comunidades carentes e menos acessíveis, a fim de erradicar, mais uma vez, esse distúrbio  em âmbito nacional. Assim, alcançar-se-à uma sociedade que garante seus direitos constitucionais, como a saúde de qualidade.