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Enviada em: 03/09/2018

Durante o medievo europeu, a falta de condições de higiene e saneamento básico foram os estopins da disseminação da peste negra, doença que assolou o continente, matando mais de dois terços da população. Da mesma forma, ainda hoje, no Brasil, a falta de saneamento básico tem contribuído para o alastramento de diversas enfermidades, principalmente nas regiões mais pobres, como Norte e Nordeste do país. Assim, torna-se de suma importância a análise das causas desse problema afim de se propor medidas para soluciona-lo.       Nesse sentido, nota-se que a questão do saneamento se tornou alvo de manobras políticas. Desse modo, devido a importância das estações de tratamento para o fornecimento de água limpa e prevenção de doenças oriundas do esgoto não manipulado, sua criação passou a ser promessa na barganha política por votos. Entretanto, o problema surge na medida que muitos dos eleitos acabam por não advogar a favor da criação dessas centrais de tratamento, justamente para não perder sua moeda de troca eleitoral, acarretando em uma morosidade estatal acerca do tema.       E é justamente essa passividade governamental a força geratriz da precariedade estrutural das redes de distribuição e tratamento de água e esgoto por todo o país. Prova disso é a pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, cujos dados afirmam que pouco mais de 50% de todo o esgoto do território nacional é devidamente tratado. Um exemplo concreto de tal estatística e a capital do estado do Pará, Belém, que ainda apresenta áreas de esgoto a céu aberto, algo extremamente perigoso para a saúde da população, visto que esses espaços são vias de transmissão de enfermidades como a difteria e a cólera.       Diante do exposto, urge a necessidade de se mudar tal quadro. Uma das maneiras de faze-lo é através da conscientização da população sobre os perigos de saúde da falta de saneamento, para que haja uma maior preocupação e pressão popular para maiores investimentos no setor. Isso pode ser feito por meio de parcerias entre ONG's e mídia para a divulgação de informações na televisão e em redes sociais, assim como a promoção de palestras sobre o direito que o cidadão tem ao saneamento -garantido na Constituição Federal através do direito à saúde e na lei federal N° 11.445- e que muitos não sabem. Assim, conhecedora dos seus direitos, a população passará a exigir com mais afinco a realização de obras para sanar o déficit.